Associação de tênis ameaça deixar a China se Peng Shuai continuar desaparecida
Tenista não foi vista em público desde que acusou o ex-vice-premiê Zhang Gaoli de forçá-la a fazer sexo em sua casa

Foto: EMPICS Sport/AP
Caso a tenista Peng Shuai continue desaparecida, o chefe da Associação de Tênis Feminino (WTA), Steve Simon, disse, em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (18), que está disposto a perder centenas de milhões de dólares em negócios na China. “Estamos definitivamente dispostos a tirar nosso negócio do país e lidar com todas as complicações. Isso é certamente maior do que qualquer negócio. As mulheres precisam ser respeitadas e não censuradas”.
Peng, que é uma das estrelas do esporte mais reconhecida na China, não foi vista em público desde que acusou o ex-vice-premiê Zhang Gaoli de forçá-la a fazer sexo em sua casa, de acordo com uma postagem no Weibo, a plataforma semelhante ao Twitter na China, excluída em 2 de novembro.
Seu post foi retirada do ar 30 minutos após a publicação, com os censores chineses agindo rapidamente para eliminar qualquer menção à acusação online. Sua conta no Weibo, que tem mais de meio milhão de seguidores, ainda está bloqueada para usuários na plataforma.
A intervenção de Simon coloca o chefe do tênis em uma provável rota de colisão com as autoridades da China, que até agora se recusaram a reconhecer publicamente as alegações de Peng.
No início desta semana, a mídia estatal chinesa divulgou um e-mail, supostamente enviado por Peng a Simon, desfazendo suas denúncias e alegando que está bem. O e-mail foi divulgado apenas em plataformas de língua inglesa e a mídia doméstica chinesa não informou sobre seu conteúdo, apesar de Peng ser famosa na China.