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Associado a quadros leves de resfriados, rinovírus lidera casos de síndrome respiratória grave na Bahia

Infectologista alerta para gravidade do vírus em grupos de risco e orienta como se prevenir

Por Emilly Lima
Ás

Atualizado
Associado a quadros leves de resfriados, rinovírus lidera casos de síndrome respiratória grave na Bahia

Foto: Tony Winston/Agência Brasil

A Bahia registrou 5.007 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre 1º de janeiro e 9 de junho deste ano, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). A condição, que representa o agravamento de infecções respiratórias como Covid-19, gripe e resfriados, já provocou 191 mortes no estado. Até 3 de maio, eram 123 óbitos, o que equivale a pelo menos uma morte por dia desde o início do ano.

Em entrevista ao Farol da Bahia, o infectologista Dr. Adriano Oliveira explicou que os surtos estão diretamente relacionados à circulação de vírus respiratórios. “A SRAG é uma doença francamente associada a doenças virais de vias aéreas superiores. Sempre que há aumento de casos, é porque estamos enfrentando alguma epidemia causada por esses vírus”, disse.

“As três principais causas virais são a Covid-19, provocada pelo SARS-CoV-2; a gripe, causada pelo vírus influenza; e os resfriados, que têm como agente mais comum o rinovírus”, completou.

Do total de casos de SRAG na Bahia, pelo menos mais da metade (53,5%) têm como causa o rinovírus, que geralmente é associado a quadros leves, mas tem se destacado pela gravidade em parte das infecções, principalmente entre crianças, idosos e pessoas com comorbidades. 

“O rinovírus, em via de regra, causa doença branda. Mas, nos extremos de idade e em pessoas com doenças respiratórias, como asma ou bronquite crônica, ele pode evoluir de forma mais exuberante e perigosa”, alertou o médico. Ele também ressaltou que, diferentemente da influenza, o rinovírus não tem vacina.

“A prevenção é basicamente evitar contato com pessoas que estejam doentes, com resfriado. E como todo vírus respiratório é um vírus de transmissão em aglomerados de pessoas, então pessoas que ficam em ambientes muito fechados, eles têm maior risco de transmissão", acrescentou à reportagem.

O especialista também esclareceu que a vacina contra a Influenza não protege contra o rinovírus, mas pode ajudar a reduzir os casos de SRAG. "A vacina de influenza pode ajudar na proteção contra a influenza, ou seja, ele não vai prevenir o rinovírus, mas vai diminuir a incidência de SRAG, porque o vírus influenza é também um dos causadores de SRAG", disse.

Sintomas do rinovírus e SRAG

Por ser o causador da maioria dos resfriados comuns, os sintomas são clássicos: nariz entupido, coriza, dor de garganta, espirros, dor de cabeça, fadiga e dor muscular. 

Quando esses sintomas não são devidamente tratados, principalmente se a pessoa não tiver sido imunizada contra a Influenza, por exemplo, o resfriado pode se tornar uma pneumonia e evoluir para um quadro de SRAG. 

Ao ser diagnosticado com a síndrome, o paciente passa a apresentar sintomas mais graves, como obstrução nasal, dor de garganta, falta de ar, dor no peito, escurecimento dos lábios, podendo chegar a situações de insuficiência respiratória – quando o indivíduo não consegue respirar sem ajuda mecânica. 

Cenário nacional

Na última semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu o Boletim InfoGrip com um alerta para o crescimento de SRAG por influenza A e por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) no país. Entre as mortes, destacaram-se os idosos por óbitos decorrentes da influenza A, e nas crianças a predominância foi de SRAG pelos rinovírus e influenza A. 

Conforme o relatório, 15 das 27 capitais brasileiras apresentaram nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento. Salvador faz parte da lista e acompanha: Aracaju (Sergipe), Belo Horizonte (Minas Gerais), Boa Vista (Roraima), Cuiabá (Mato Grosso), Curitiba (Paraná), Florianópolis (Santa Catarina), Goiânia (Goiás), Joao Pessoa (Paraíba), Maceió (Alagoas), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Rio Branco (Acre), Rio De Janeiro (Rio de Janeiro), São Luís (Maranhão) e São Paulo (São Paulo).

No Brasil, neste ano, já foram notificados 83.928 casos de SRAG, sendo 41.455 (49,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 29.563 (35,2%) negativos, e ao menos 7.334 (8,7%) aguardando resultado laboratorial. Entre os casos positivos, 22,7% de influenza A, 1,2% de influenza B, 45% de VSR, 22,8% de rinovírus, e 11,1% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

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