Auditoria no Corinthians identifica irregularidades na gestão de materiais esportivos da Nike
Apesar do limite da cota contratual com a fornecedora ultrapassar 297%, os materiais foram distribuídos de forma irregular e equipes estão sem uniformes

Foto: Sede do Corinthians no Parque São Jorge, em São Paulo. Créditos: Anderson Bueno Pereira/ Wikimedia Commons
Uma auditoria realizada no Corinthians identificou diversas irregularidades relacionadas à administração de materiais esportivos, como uniformes, fornecidos pela Nike.
Ao todo, foram pontuados sete ocorrências graves como a falta de inventários físicos e lançamento de notas fiscais; distribuição desigual dos materiais e uniformes entre departamentos, modalidade e integrantes do clube; acúmulo de materiais e armazenamento por longo período sem destinação definida.
A comercialização clandestina de materiais do clube também foi apontada pela auditoria. Um funcionário do time chegou a ser flagrado vendendo materiais desviados nos valores de R$150 a R$180.
Outro ponto constatado na auditoria foi a falta de uniformes para diversas modalidades, a exemplo das equipes de esportes aquáticos que estão sem receber uniformes oficiais, enquanto equipes de futsal e basquete de base têm a maioria dos uniformes licenciados gerando custos desnecessários.
Além disso, há materiais em condições precárias e o departamento de base chegou a receber orientação para racionar o uso dos materiais, pois não teria o suficiente para atender a Copa São Paulo de Futebol Júnior.
O relatório ainda apontou que o vice-presidente Armando Mendonça, responsável pela administração dos materiais, demonstrou preocupação e chegou a ser agressivo com Marcelo Munhoes, diretor de Tecnologia do time responsável pela auditoria.
Limite de cota contratual ultrapassa 297%
Apesar das faltas de materiais e a qualidade inferior de outros, o Corinthians recebeu entre 2024 e 2025 o total de R$ 23.772.090,37 em materiais esportivos, ultrapassando 297% dos R$ 4 milhões estabelecidos anualmente.


