Aumento exponencial dos casos de câncer preocupa especialistas
Políticas de prevenção e mudanças no estilo de vida se fazem necessárias para conter a crescente incidência da doença

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O mundo enfrenta um aumento exponencial no número de casos de câncer, com estimativas de que os registros anuais passem de 19 milhões para 30 milhões até 2040, segundo a Agência Internacional para Pesquisa do Câncer. Essa preocupante tendência não é apenas resultado do crescimento populacional, mas, sobretudo, da interação das pessoas com os fatores que levam ao desenvolvimento da doença.
Entre os principais vilões estão o tabagismo, a infecção por HPV, a baixa ingestão de frutas e vegetais, o excesso de peso, os fatores reprodutivos e a inatividade física. Estes fatores evitáveis são responsáveis por um terço dos casos de câncer e quase metade das mortes pela doença.
O Brasil não está imune a essa tendência alarmante. O país registrou um aumento de 12,7% no número de novos casos de câncer por ano, passando de 625 mil para 704 mil casos esperados anualmente. Paralelamente, após a pandemia, o Brasil enfrenta um cenário de piora na saúde, com aumento da hipertensão arterial, diabetes, doenças respiratórias, depressão e sequelas entre os sobreviventes da Covid-19.
A relação entre esses dados e a epidemiologia do câncer é evidente, com destaque para o sedentarismo. A prática regular de atividade física auxilia na prevenção e redução do risco de recidiva de diversos tipos de câncer, incluindo o de próstata. Entretanto, apenas 31,5% dos brasileiros praticam 150 minutos semanais de atividades físicas moderadas ou vigorosas.
Outro ponto importante é a alimentação. O consumo regular de verduras, legumes e frutas ainda é uma realidade para menos da metade da população brasileira, apesar de um ligeiro declínio no consumo de refrigerantes e sucos artificiais. O tabagismo também se mostra preocupante, sendo responsável por uma parcela significativa dos casos de câncer de pulmão e outros órgãos. Embora o consumo de cigarros tenha diminuído, o uso de narguilé e cigarro eletrônico ainda é relevante entre os jovens.