Avaliação do STF e Congresso ficam estáveis após julgamento de Bolsonaro e PEC da Blindagem, aponta Datafolha
Entre os entrevistados, 35% afirmaram que os ministros do STF estão realizando um trabalho ruim ou péssimo

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
A avaliação do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso Nacional oscilou dentro da margem de erro entre julho e dezembro, mostra nova pesquisa Datafolha. Neste período se desenrolaram fatos importantes em ambos os Poderes, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a tramitação da PEC da Blindagem.
O instituto ouviu 2.002 pessoas, com 16 anos ou mais, em 113 municípios, dos dias 2 a 4 de dezembro. A margem de erro para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
Entre os entrevistados, 35% afirmaram que os ministros do STF estão realizando um trabalho ruim ou péssimo. Outros 32% consideram o trabalho ótimo ou bom e 29% o avaliam como regular.
No fim de julho, as respectivas porcentagens eram de 36%, 29% e 31%. Assim, a maior oscilação, de três pontos percentuais, foi entre os que avaliam positivamente a atuação da Corte, que agora correspondem a uma parcela maior do que há quatro meses.
A avaliação positiva do Supremo vem numa tendência de alta desde julho de 2022, quando 23% consideravam o trabalho dos ministros ótimo ou bom. Naquela pesquisa, 33% o avaliavam como ruim ou péssimo e 38%, como regular.
Ao mesmo tempo, entre março de 2024 e julho deste ano, subiu de 28% para 36% o percentual de entrevistados que dizem que o trabalho dos ministros é ruim. No mesmo período, a porcentagem dos que avaliam a Corte como regular caiu de 40% para 31%.
O índice de aprovação do Supremo é hoje mais alto entre os que têm de 45 a 59 anos (38%), entre os aposentados (39%), entre os menos instruídos (40%), entre os simpatizantes do PT (63%), entre os católicos (38%), entre os que avaliam como ótimo ou bom o governo Lula (68%) e entre os que estão satisfeitos com o desempenho do Congresso (60%).
Por outro lado, a taxa de reprovação do STF é maior entre os homens (41%), entre os mais instruídos (43%), entre os que têm renda familiar mensal maior que cinco salários mínimos (48%), entre os que têm de 25 a 34 anos (41%), entre os empresários (58%), entre os brancos (42%), entre os simpatizantes do PL (87%), entre os moradores da região Sul (43%), entre os evangélicos (43%), entre os que avaliam como ruim ou péssimo o governo Lula (72%) e entre os que estão insatisfeitos com o desempenho do Congresso (58%).
Já em relação ao Congresso Nacional, 44% dos entrevistados afirmaram que os senadores e deputados federais estão tendo um desempenho regular. Outros 31% disseram que o desempenho é ruim ou péssimo e 21%, que ele é ótimo ou bom.
Em comparação a julho, houve uma queda na avaliação de ruim/péssimo, no limite da margem de erro, de 35% para 31%. O percentual de ótimo/bom oscilou positivamente no período, de 18% para 21%.
Neste intervalo, o Congresso viveu momentos conturbados, como a tramitação da PEC da Blindagem, que tentava restringir processos contra deputados e senadores e que acabou arquivada pelo Senado após pressão da opinião pública, e o sequestro da cadeira da presidência da Câmara dos Deputados, em protesto de parlamentares contra a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro.
Nenhum desses episódios, porém, piorou a avaliação do Congresso, como mostra a pesquisa.
Em comparação à última legislatura, em período de tempo semelhante, as taxas atuais são melhores – em dezembro de 2021, 10% avaliavam o trabalho do Congresso como ótimo ou bom, 45% como regular e 41% como ruim ou péssimo.
Hoje o índice de aprovação do Congresso é mais alto entre as mulheres (24%), entre os menos instruídos (26%), entre os que ganham até dois salários mínimos (24%), entre os habitantes do Nordeste (25%), entre as donas de casa (28%), entre os que avaliam como ótimo ou bom o governo Lula (35%) e entre os que estão satisfeitos com o desempenho do STF (39%).
Já as taxas de reprovação mais altas são observadas entre os homens (36%), entre os mais instruídos (40%), entre os que têm renda familiar mensal maior que dez salários mínimos (48%), entre os moradores das regiões metropolitanas (36%), entre os que avaliam como ruim ou péssimo o governo Lula (42%) e entre os que estão insatisfeitos com o desempenho do STF (52%).


