Bahia é um dos estados mais afetados pela diminuição da Caatinga, aponta levantamento
Áreas do bioma sofrem risco de desertificação

Foto: Reprodução/Fundaj
De acordo com um levantamento do MapBiomas, oito municípios baianos estão dentre as áreas mais afetadas pela retração da Caatinga, que pode levar à desertificação do bioma. Somente na Bahia, a perda de vegetação primária corresponde a 26,36%, cerca de 15 milhões de hectares.
A análise foi feita entre os anos de 1985 e 2020. Os municípios baianos prejudicados são: Campo Formoso, Serra do Ramalho, Bom Jesus da Lapa, Itaberaba, Rodelas, Macururé, Queimadas e Jeremoabo.
O professor Washington Franca Rocha, da Universidade Estadual de Feira de Santana e coordenador do MapBiomas, afirma que observação foi feita com base na transformação ao longo dos anos.
"Monitoramos 36 anos de observação, no Brasil inteiro, da Caatinga. Usamos métodos científicos, validados. E durante esse tempo, fizemos esse balanço do que ocorreu de transformação", afirmou. O professor ressalta ainda que "os números que estamos levantando acendem um sinal de alerta. Além desta ampliação na degradação, associa-se a isso o fato de que é o bioma com o menor percentual de áreas protegidas, se comparado aos outros".
De acordo com os dados, juntos, os estados da Bahia, Ceará e Pernambuco apresentaram uma redução de 3,68 milhões de hectares da Caatinga nos últimos 36 anos. De acordo com o levantamento, cerca de 10% da retração aconteceu de forma natural, no entanto, o agronegócio também foi um dos responsáveis pela desertificação das áreas.
A Bahia também se destacou como o local com maior aumento das pastagens, no período do levantamento, 2,34 milhões de hectares foram utilizados para a ação. Os locais, que ocupavam 15,6% da Caatinga no início do levantamento, passaram a preencher 23,1%. Cerca de 53,6% da pastagem mapeada pertence ao estado baiano.
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