Banco Mundial faz estudos para incentivar poupança e educação financeira

Órgão quer reduzir vulnerabilidade financeira

Por Da Redação
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Banco Mundial faz estudos para incentivar poupança e educação financeira

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Banco Mundial, por meio do estudo Aumentando a Resiliência dos Trabalhadores de Baixa Renda no Brasil: Instrumentos Financeiros e Inovações, divulgado semana passada, sugeriu medidas para incentivo da educação financeira e poupança no mundo. 

Um dos objetivos do levantamento é mostrar que uma parte significativa da população mundial vive em situação de vulnerabilidade financeira, que foi evidenciada pela pandemia da Covid-19.

Os técnicos do Banco Mundial sugerem ao governo brasileiro a adoção de uma série de medidas como a criação de um mecanismo de incentivo à poupança, inclusive para beneficiários do Auxílio Brasil, programa substituto do Bolsa Família. 

“A ideia é que seja um instrumento com as características da poupança, com depósitos automáticos e alguma restrição a saques (...) Acoplado a propostas de educação financeira”, afirmou o economista Tiago Falcão, afirmando que estas ações permanentes servem para reduzir a vulnerabilidade social.

“As famílias que estão na franja do programa [Auxílio Brasil] - ou seja, aquelas que ou estão prestes a deixá-lo ou correm o risco de precisar acessá-lo [devido a eventuais dificuldades financeiras], sejam consideradas prioritárias”, afirmou, defendendo a necessidade de "intervenções financeiras complementares" por meio de produtos financeiros destinados exclusivamente ao público cadastrado no CadÚnico, que ofertem linhas de crédito específicas e seguros mais acessíveis.

Já Matteo Morgandi, economista e líder da equipe responsável pelo estudo, afirmou que uma parcela grande da população recebe um valor abaixo de um salário-mínimo e mesmo assim não pode acessar os benefícios do governo.

“A exemplo de outros países, há, no Brasil, uma parcela importante de pessoas não cobertas por nenhum benefício [social]. Há, por exemplo, quase 30 milhões de pessoas que ganham abaixo do salário-mínimo, mas que não podem acessar aos programas de assistência social porque a linha de elegibilidade [para inclusão nos programas] é inferior ao que elas ganham. Daí a pandemia ter sido um momento muito importante para levantarmos a questão sobre o que fazer para aumentar a resiliência das famílias que mesmo não sendo extremamente pobres, são vulneráveis”, disse.

O ministro da cidadania, João Roma, também comentou o relatório, em que participou da apresentação, e afirmou que o estudo tem "apontamentos importantíssimos" e é "bem-elaborado". 

"Vivemos um momento no qual esta resiliência precisa ser testada e exacerbada cada vez mais em nossa população, disponibilizando cada vez mais suas ferramentas, para que possamos, cada vez mais, ter políticas públicas eficazes para que possamos ter uma sociedade mais justa que busque superar suas desigualdades", afirmou.

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