Bancos ampliam oferta de crédito com melhora da economia em 2022, diz Febraban

Um levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que a melhora da atividade econômica fez os bancos ampliarem a oferta de crédito neste ano. A projeção de crescimento do crédito passou de 13,9% para 14,1%, em novembro. Para 2023, a média das projeções para a expansão da carteira total subiu para 8,4% ante 8,0% no levantamento anterior.

De acordo com o gerente de assuntos econômicos da Febraban, Luiz Castelli, o aumento da projeção é um reflexo do comportamento da atividade econômica, que tem crescido mais do que o esperado. "A gente tem visto um comportamento mais positivo do que o esperado desde o início deste ano. Se pegar as projeções de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto], por exemplo, que era abaixo de 1%, agora passou para um crescimento próximo a 3%”, disse o especialista.

“Esse desempenho mais vigoroso da atividade e do consumo tem ajudado, é um reflexo disso. O crédito tem crescido mais também por conta desse desempenho melhor da atividade. O crédito puxa a atividade e a atividade puxa o crédito. Enfim, são duas coisas que andam juntas por conta desse desempenho melhor da economia", completou.

Isso ocorre ao mesmo tempo em que o Banco Central aumentou ao longo deste ano a taxa básica de juros, que deverá ser mantida a 13,75% até meados de 2023, como forma de combater a inflação, o que desestimula o crédito. "De um lado, o Banco Central sobe juros, mas de outro o governo também estimulou o aumento do crédito, principalmente para micro e pequenas empresas, o que tem ajudado a fazer o crédito a manter um crescimento bastante positivo neste ano", avalia o gerente da Febraban.

A pesquisa, realizada com 20 bancos entre 3 e 8 de novembro, é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e reúne as percepções das instituições financeiras sobre o documento do Banco Central e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito no ano corrente e no próximo.

Outras projeções

Na carteira com recursos livres, a projeção passou de alta de 16,7% (em setembro) para 17,3%. Segundo o levantamento, a melhora foi puxada pela carteira pessoa física (de 17,2% para 18,2%), devido ao crescimento da atividade econômica e do consumo, que beneficia linhas como o cartão de crédito e crédito pessoal. A projeção da carteira pessoa jurídica ficou praticamente estável ante o último levantamento (de 14,5% para 14,3%).

A projeção de expansão da carteira com recursos direcionados também subiu, de alta de 9,3% (em setembro) para 10,2%. A projeção para a carteira pessoa física direcionada passou de 12,8% para 13,1%, devido ao forte crescimento do crédito rural. Já a expectativa de alta da carteira pessoa jurídica passou de 5,1% para 5,3%, com as projeções se ajustando à nova rodada dos programas públicos de crédito.