Bancos movimentaram pelo menos US$ 2 trilhões em operações suspeitas nos EUA
Transações eram feitas para empresas de fachada, com pouca informação

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Documentos vazados da Fincen, rede de combate a crimes financeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e analisados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), mostram que cinco bancos multinacionais movimentaram cerca de US$ 2 trilhões (cerca de R$ 10 trilhões) de forma suspeita nos últimos anos.
A revelação foi feita pelo consórcio de veículos ontem (20), e obteve a participação de mais de 400 jornalistas e 110 veículos de comunicação de 88 países. Órgãos de controle norte-americanos apontaram suspeitas de lavagem de dinheiro e recursos obtidos através de atividades criminosas, como tráfico de drogas.
Os bancos analisados foram JPMorgan. Deutsche Bank, HSBC, Standard Chartered Bank e Bank of New York Mellon. Somente o JPMorgan, por exemplo, movimentou cerca de US$ 514 bilhões (R$ 2,5 trilhões) entre 1999 e 2017.
Os documentos apontam que o banco JPMorgan, com sede nos EUA, movimentou mais de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) para o financista centro do escândalo da 1MDB Malásia, um fundo estatal destinado a ajudar a população do país.
As investigações indicaram que os bancos realizavam as transações para empresas de fachadas, com pouca informação financeira compartilhada. Mais da metade dos mais de 2 mil relatórios analisados pelo ICIJ mostraram que não havia informações sobre uma ou mais empresas por trás das movimentações financeiras.