Vídeo: Baptista Júnior diz, em depoimento ao STF, que presenciou o alerta de general a Bolsonaro sobre probabilidade de prisão se a trama golpista continuasse
O ministro Alexandre de Moraes decidiu tornar pública a gravação do depoimento
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o general Freire Gomes, então comandante do Exército, alertou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de que seria obrigado a intervir e prendê-lo caso a tentativa de golpe continuasse.
O relator do caso na Primeira Turma do STF, ministro Alexandre de Moraes, decidiu tornar público o vídeo do depoimento de Baptista Júnior nesta terça-feira (2). O alerta de Freire Gomes sobre a possível prisão a Bolsonaro foi realizado em uma reunião de caráter golpista no Palácio da Alvorada, depois do término do segundo turno das eleições de 2022, de acordo com o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB).
Essa reunião, segundo o ex-comandante da FAB, entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas teria discutido a respeito de "hipóteses de atentar contra o regime democrático, por meio de algum instituto previsto na Constituição".
Foi no decorrer desse encontro no Palácio da Alvorada que Baptista Júnior testemunhou o general Freire Gomes, então comandante do Exército, alertar a Bolsonaro sobre a possível prisão se o golpe de estado prosseguisse.
No vídeo publicado pelo STF, o ministro Luiz Fux questionou Baptista Júnior sobre como aconteceu a ameaça realizada por Freire Gomes. O ex-comandante da FAB disse que:
"Durante as discussões, como eu disse, a partir do dia 11, dia 14 [de novembro] nós começamos a imaginar que os objetivos políticos de uma medida de exceção não eram para garantir a paz social até o dia 1º de janeiro. E foi dentro desse contexto que o general Freire Gomes colocou [a questão da prisão]", esclareceu Baptista Júnior.
"[O alerta de prisão] foi no âmbito dessa discussão de possíveis estados de exceção sem os pressupostos necessários para que eles sejam feitos", finalizou o brigadeiro.
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Confira trecho do depoimento:
