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BC mantém Selic em 15% pela 4ª vez, e juros terminam 2025 no nível mais alto em quase duas décadas

No mercado financeiro, era unânime a expectativa de que os juros ficariam inalterados no último encontro deste ano

Por FolhaPress
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BC mantém Selic em 15% pela 4ª vez, e juros terminam 2025 no nível mais alto em quase duas décadas

Foto: Antonio Cruz/Lula Marques/Agência Brasil

NATHALIA GARCIA

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve nesta quarta-feira (10), em decisão unânime, a taxa básica de juros fixada em 15% ao ano pela quarta reunião seguida, fechando 2025 com a Selic no nível mais alto em quase duas décadas.

Apesar da desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) e da pressão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela queda dos juros, o colegiado do BC optou por uma decisão mais conservadora e empurrou os cortes da Selic para 2026, ano eleitoral.

No mercado financeiro, era unânime a expectativa de que os juros ficariam inalterados no último encontro deste ano. Levantamento feito pela Bloomberg mostrava que a manutenção em 15% ao ano era a projeção de todas as instituições consultadas.

A decisão do Copom confirma o aumento da diferença entre os juros dos Estados Unidos e do Brasil. Mais cedo, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) reduziu a taxa em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 3,5% e 3,75% ao ano. Agora, o diferencial está em 11,25 pontos percentuais, levando em conta o limite superior do índice americano.

No Brasil, a Selic ficou estacionada ao longo de todo o segundo semestre depois de um ciclo de alta de juros que durou de setembro de 2024 a junho. Ao longo do processo, a taxa básica acumulou elevação de 4,5 pontos percentuais, de 10,5% a 15% ao ano, atingindo o patamar mais alto desde julho de 2006.

A manutenção dos juros agora consolida a estratégia do colegiado de deixar a Selic em um patamar alto o suficiente para moderar o crescimento da economia e, consequentemente, controlar a inflação, visto que uma demanda mais contida tende a reduzir a pressão sobre os preços.

Os dados observados nos últimos meses sinalizam que a atividade econômica vem perdendo fôlego. Na última quinta (4), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que o PIB do Brasil avançou 0,1% no terceiro trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores. O setor de serviços ficou praticamente estável no período.

O mercado de trabalho, contudo, continua dando sinais de resiliência. A taxa de desemprego do Brasil ficou em 5,4% no trimestre encerrado em outubro -menor nível da série histórica iniciada em 2012.

Desde o encontro anterior do Copom, em novembro, a trajetória da inflação tem se mostrado mais favorável. No mês passado, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou a 4,46% no acumulado em 12 meses e voltou a ficar abaixo do teto da meta perseguida pelo Banco Central, o que não acontecia desde setembro de 2024.

O alvo central é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No modelo de meta contínua, o objetivo é considerado descumprido quando a inflação acumulada permanece por seis meses seguidos fora da margem, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). O primeiro estouro do IPCA no novo formato ocorreu em junho.

Devido aos efeitos defasados da política de juros sobre a economia, o Copom tem hoje a inflação do segundo trimestre de 2027 na mira. As expectativas para a inflação no médio prazo seguem distantes do centro da meta. Segundo o último boletim Focus, os analistas projetam que o IPCA termine 2026 em 4,16% e feche 2027 em 3,8%.

Quanto ao cenário internacional, a nova fase de negociações sobre o tarifaço imposto por Donald Trump diminuiu a tensão entre Brasil e Estados Unidos. No último dia 20, os americanos retiraram a sobretaxa de 40% sobre produtos importantes da pauta exportadora brasileira, como carne e café.

O Copom volta a se reunir nos dias 27 e 28 de janeiro de 2026, no primeiro dos oito encontros previstos para o ano que vem.

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