BC pode acelerar ritmo de alta de juros por conta da inflação e risco político maiores
A expectativa majoritária para a reunião do Copom era um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Economistas esperam que o Banco Central acelere o ritmo de alta de juros por conta do aumento de pressões inflacionárias e de um risco fiscal e político maior. Os juros futuros apresentaram forte alta nesta quinta-feira (9) após a divulgação dos novos dados sobre a inflação no país.
Até a semana passada, a expectativa majoritária para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do próximo dia 22 tinha um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica. Atualmente, muitos analistas projetam elevação de 1,25 ponto na Selic, dos atuais 5,25% para 6,5% ao ano. Nesta quinta-feira (9), o IBGE divulgou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu o maior patamar em 21 anos no mês de agosto, uma inflação acumulada de quase 10% em 12 meses.
Segundo a pesquisa Focus do BC, a mediana das estimativas para a Selic está em 7,625% ao ano para o fim de 2021, as projeções mais pessimistas são de 8,5% ao ano. A curva de juros futuros revela que o mercado financeiro ajustou a taxa para um ano de 8,575% na quarta (8) para 9,175% ao ano nesta quinta-feira (9). A taxa de 30 dias subiu de 5,992% para 6,141%. A previsão para cinco anos passou de 10,54% para 10,74% ao ano.
De acordo com o banco Goldman Sachs, a rápida disseminação das pressões inflacionárias, a expectativa de um estímulo fiscal adicional e grandes prêmios por causa do risco político, podem fazer com que o BC antecipe o caminho para uma taxa de juros acima de neutra.
“É necessária uma maior normalização da política monetária com uma trajetória antecipada em direção a uma postura de política restritiva”, diz o banco em relatório.


