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Bloco Alfabeta reescreve a história do samba a partir da diversidade, da acessibilidade e do pertencimento!

Primeiro desfile do grupo será no dia 17 de janeiro, no Rio Vermelho

Por Michel Telles
Às

Bloco Alfabeta reescreve a história do samba a partir da diversidade, da acessibilidade e do pertencimento!

O verão de Salvador ganha um novo capítulo em sua história cultural com a chegada do Grupo Recreativo de Ocupação Lacrativa Alfabeta, um bloco que nasce para ampliar horizontes, reverenciar memórias silenciadas e afirmar, em alto e bom som, que o samba também é território da diversidade LGBTQIAPN+.                                           Mais do que um desfile, o Alfabeta surge como um movimento cultural e político, que transforma o Carnaval em espaço de pertencimento, representatividade e inclusão real. A proposta é clara: resgatar e dar visibilidade a compositoras e compositores que ajudaram a construir o samba brasileiro, mas que foram historicamente apagados pelo machismo, pela LGBTfobia e pela exclusão social.

Inspirado em pesquisas acadêmicas e na força da cultura popular, o bloco celebra nomes fundamentais da história do samba e que são considerados por muitos como pertencentes a esta comunidade, como o carioca Ismael Silva (1905-1978) e o baiano santoamarense Assis Valente (1911-1958), sem abrir mão da criação autoral, da irreverência e do “close bafônico” que também fazem parte dessa narrativa. O resultado é um repertório que une memória, identidade e afirmação política, reafirmando o samba como linguagem viva e plural.

O Alfabeta desfila pela primeira vez no dia 17 de janeiro, na Rua do Meio, no Rio Vermelho, a partir das 15 horas, totalmente adaptado para receber pessoas com deficiência, consolidando-se como um dos projetos mais inovadores do verão soteropolitano. O bloco nasce com um compromisso radical com a acessibilidade, sendo pensado desde sua origem para acolher pessoas com deficiência e promover a inclusão de forma estrutural e não como adaptação posterior.

A proposta se materializa em ações concretas, pois o desfile contará com diversos recursos de acessibilidade e o apoio de importantes pessoas dessa comunidade, como o ator e modelo Maurício Rosário, que foi convidado para criar o sinal oficial do Alfabeta em Libras, um gesto simbólico e potente de reconhecimento da comunidade surda dentro do universo carnavalesco.

Essa mesma lógica se estende à comunicação digital. O perfil oficial do bloco (@blocoalfabeta) é inteiramente pensado para ser acessível: todas as postagens em carrossel contam com texto alternativo e audiodescrição; vídeos possuem tradução em Libras; e há conteúdos exclusivos organizados para garantir autonomia de acesso a pessoas cegas e surdas.

O Alfabeta também se constrói de forma coletiva. O bloco está com inscrições abertas para percussionistas LGBTQIAPN+, convidando pessoas que toquem cuíca, repique, caixa ou tamborim a integrarem a bateria. Pessoas com deficiência são especialmente bem-vindas. Os ensaios do bloco acontecem na Quadra do Apaxes, no Dique do Tororó, sempre às segundas e quartas-feiras, nos dias 5, 7, 12 e 14 de janeiro, das 19 às 22 horas.

Para Adriano Marques, um dos idealizadores do projeto, ele representa um marco simbólico e político: “O Alfabeta é feito por e para a comunidade LGBTQIAPN+, mas é, acima de tudo, um bloco para todo mundo. O mais importante é resgatar uma história que foi escrita, mas não contada: a da presença e do protagonismo da comunidade LGBTQIAPN+ no samba, que sempre esteve ali, criando, inovando, abrindo caminhos. Agora, contamos essa história a partir da nossa própria voz.”.

De acordo com ele, com proposta estética, política e cultural integrada, o Bloco Alfabeta tem tudo para se firmar como um marco do Carnaval contemporâneo, como um espaço onde diversidade, arte, acessibilidade e pertencimento caminham juntos e o samba reafirma sua vocação mais profunda de ser livre, coletivo e transformador.

O projeto “Alfabeta: Celebrando a Diversidade e Promovendo a Inclusão no Samba de Salvador” foi contemplado nos Editais Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, do Governo Federal.

 

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