"Boa parcela do empresariado gostaria de voltar ao tempo da escravidão", afirma Jorge Solla ao comentar aprovação do aumento gradual da licença paternidade
Para o parlamentar, é fundamental que sejam criadas oportunidades para que os trabalhadores possam vivenciar a paternidade

Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados
BRASÍLIA - O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) comemorou a aprovação do Projeto de Lei (PL) 3935/08, que amplia gradualmente a licença paternidade de 5 para 20 dias em até 3 anos. No entanto, ao Farol da Bahia, nesta quarta-feira (5), o parlamentar afirmou que uma boa parcela do empresariado brasileiro "gostaria de voltar ao tempo da escravidão".
"Infelizmente, no nosso país, a boa parcela do empresariado aqui representado por um grande número de deputados gostaria de voltar ao tempo da escravidão. Na verdade, quando falam em direitos dos trabalhadores, para eles é algo que precisa ser banido", afirmou Solla.
Para o parlamentar, é fundamental que sejam criadas oportunidades para que os trabalhadores possam vivenciar a paternidade. "É fundamental não só para ele, para sua família, para seu filho, mas para toda a sociedade. Não podemos deixar a mãe, que muitas vezes tem dificuldades, são famílias que passam muitas vezes por adversidades, sem ter o lastro do pai ao lado, num momento tão crucial dos primeiros dias de vida. Muitas vezes faz a diferença na saúde da criança, nos aportes, nos suportes que essa criança vai ter", pontuou.
"Essa fase dos primeiros dias de vida é imprescindível. É o momento em que o filho precisa de mais cuidado, adaptação da mãe a esse momento, o direito à amamentação, o direito ao cuidado familiar tem que ser preservado", complementou.
No entanto, Solla ressaltou que a aprovação não ocorreu do jeito que foi planejado, já que a proposta previa até 30 dias de licença.
"Felizmente nós conseguimos aprovar, não foi o que nós queríamos, mas com certeza já vai ser um alento, já vai ser um progresso, chegarmos progressivamente a 20 dias de licença e paternidade, está de parabéns a esse projeto ser aprovado aqui", finalizou.


