Bolsa registra ingresso de R$ 24,8 bi de capital estrangeiro em janeiro

O estrangeiro investiu alto na Bolsa brasileira neste início de ano. Até a última quarta-feira (26), dado mais recente divulgado pela B3, a entrada líquida de capital foi de R$ 24,847 bilhões, ante R$ 14,547 bilhões em dezembro, o equivalente a 35,1% do total de 2021 (R$ 70,758 bilhões). Esse total também supera o número de janeiro do ano passado, de R$ 23,556 bilhões.

Como informou os especialistas, o saldo é positivo para um 2022 que começou marcado pela tensão com a corrida presidencial, pela elevação da Selic a dois dígitos, pelo desajuste nas contas públicas e pelo aperto monetário global. Diante do cenário que tem deixado os gestores de fundos cautelosos, os estrangeiros veem alguns atrativos no mercado doméstico.

Ainda segundo os analistas, melhores preços na B3 em comparação aos de seus pares emergentes, a liquidez costumeira de início de ano e a busca por empresas de valor são alguns dos pontos citados para justificar a entrada de capital estrangeiro nos últimos dias.

O incentivo é visto como a justificativa para o Ibovespa sustentar o sinal positivo mesmo enquanto Wall Street sofre baixas com a aversão ao risco nos mercados internacionais. Alguns dados mostram que, aos olhos de investidores dolarizados, o Brasil ficou “barato”.

De acordo com o levantamento da Economatica, o Ibovespa dolarizado teve uma perda de 8,25% em 2021, enquanto o IPyC, índice mexicano, apresentou desvalorização também em dólar de 3,98% no ano. Neste mesmo período, o S&P 500 e o Dow Jones, ambos em Nova York, registraram queda de 1,11% e 2,04%, respectivamente.

“Se acreditarmos que o preço da Bolsa hoje tende a se aproximar da média, podemos dizer que há mais a ganhar estando investido no Brasil do que estando investido na China, por exemplo”, diz Victor Natal, estrategista de ações com foco em pessoa física do Itaú BBA."