Bolsonaro e apoiadores do Congresso tentam colocar em discussão propostas que permitam voto impresso em 2022
Eduardo Bolsonaro pediu pelas redes sociais nesta segunda-feira (10), votos na página do Senado Federal sobre a proposta

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus apoiadores dentro do Congresso Nacional têm se mobilizado para colocar em discussão propostas que permitam a volta do voto impresso nas eleições do próximo ano. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - filho do presidente - pediu pelas redes sociais nesta segunda-feira (10), votos na página do Senado Federal sobre a proposta. O link traz um placar apertado: são quase 411 mil pessoas favoráveis e 428 mil contrárias. A consulta é apenas um termômetro da participação popular e não interfere na tramitação de qualquer projeto.
De toda forma, na Câmara Federal, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) - que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - apresentou um projeto que prevê a impressão de votos e convidou, pelas redes sociais, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, para um debate online. Barroso tem se manifestado contra a ideia, que avalia como desnecessária, uma vez que defende que o sistema de urnas eletrônicas adotados no Brasil é seguro.
Bia Kicis esteve ao lado de Bolsonaro neste domingo (9), em Brasília, quando o presidente defendeu para apoiadores o voto impresso. "Com toda certeza nós aprovaremos no Parlamento e teremos, sim, uma maneira de auditar o voto por ocasião das eleições de 2022. Ganhe quem ganhar, mas na certeza, não na suspeição da fraude", falou.
Na última terça-feira (4), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, determinou a criação de uma Comissão Especial para discutir alterações no sistema eleitoral, com abordagens que vão além da questão do voto impresso. Entre as mudanças sugeridas está a reserva de vagas para deputadas federais e a adoção de um novo modo de escolha de deputados federais e estaduais, e vereadores, com eleição dos mais votados, o chamado "distritão".
Para que as regras sejam válidas em 2022, o Congresso tem que aprovar propostas sobre eleições até outubro deste ano.