Bolsonaro questiona ocupação de UTIs no Brasil e dispara: “Parece que só morre de Covid”
Presidente também afirmou que nenhum país está lidando bem com a doença

Foto: Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou nesta quinta-feira (18), sobre o colapso no sistema de saúde brasileiro devido ao aumento de casos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, seguido do aumento de mortes. Na ocasião, o presidente questionou se a lotação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é causada somente pelo novo coronavírus.
“Parece que só morre de Covid. Você pega, você pode ver… Os hospitais estão com 90% das UTIs ocupadas. Quantos são de Covid e quantos são de outras enfermidades?”, questionou o presidente a um grupo de apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro disse ainda a um apoiador que "um tio" dele morreu no mês passado. O apoiador perguntou, na ocasião, se a causa foi Covid, e o presidente respondeu que fez o comentário de propósito para motivar a pergunta. Em seguida, comentou a situação das UTIs. “Eu fiz aqui (um comentário) hipotético, qual a pergunta dele? Eu sabia que ia cair. ‘Morreu de Covid?’ Parece que só morre de Covid. O que a gente precisa fazer? Saber quantos são de covid e quantos são de outra enfermidade”, disse o presidente.
A fala de Bolsonaro sugere que pessoas internadas por outras razões poderiam estar contabilizadas nas taxas de ocupação de hospital que têm sido divulgadas, o que é incorreto. “Lógico que a gente quer solução, a gente lamenta qualquer morte. Agora por que existiu lockdown? Foi março, abril [do ano passado], não era para alongar curva? Ninguém esqueceu, pessoal não fala mais em alongar curva. Não era para não ter um grande quantidade de pessoas infectadas para não ficar gente na porta do hospital?”, disse.
Vacina
Sobre a vacinação, Bolsonaro afirmou que duas empresas fabricantes de vacina estão com problemas, mas não citou os nomes delas. O presidente afirmou que trata-se de um imunizante como "lote suspeito" porque a aplicação foi suspensa em diversos países.
"Tem uma vacina que tem 10 países que não vão aplicar mais. Ligaram pra mim e disseram: 'por que você não compra?'. Mas se não estão aplicando, no mínimo é um lote suspeito", declarou Bolsonaro.
A outra empresa citada por Bolsonaro não tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa) e por isso, segundo ele, não consegue vender imunizantes. "Tem outra empresa grande, conhecida, que tem 20 milhões de doses e não consegue vender. Um cara falou comigo. Eu disse que não posso interferir na Anvisa. Liguei para um colega da Anvisa. Perguntei: 'entraram com papel?'. Ele falou: 'nenhum papel. Não recebemos nada, presidente'. Por que outro país não compra esse lote sem certificação? É lobby? Comigo não vão fazer lobby", concluiu o presidente.


