Brasil cai sete posições no ranking mundial de pesquisas clínicas
Com o melhor aproveitamento de seu potencial, o Brasil poderia saltar para a 10ª colocação

Foto: Nailana Thiely/ ASCOM UEPA
O Brasil está na 24ª posição no ranking mundial de pesquisa clínica, com apenas 2,1% dos estudos do mundo, o que representa uma queda de sete posições nos últimos dez anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Com o melhor aproveitamento de seu potencial, o Brasil poderia saltar para a 10ª colocação, atraindo um investimento estimado de R$ 2 bilhões, com efeitos na economia ainda maiores, em torno de R$5 bilhões.
Existem dois tipos principais de pesquisas na área da saúde: a básica, realizada dentro da academia, e a clínica, feita normalmente com apoio do setor privado, principalmente da indústria farmacêutica. O Brasil enfrenta obstáculos nas duas modalidades. No campo da pesquisa acadêmica, o problema está nos cortes de recursos, já para os ensaios clínicos. Considerando o envelhecimento da população brasileira e as estimativas de mais de 580 mil novos casos de câncer por ano no país, especialistas consideram a questão crucial para os avanços no tratamento desses pacientes.
Apesar das adversidades, o Brasil tem diversas vantagens que podem beneficiar a realização de estudos clínicos, como sua relevância demográfica e econômica, a diversidade étnica e o custo competitivo comparado a outros países. No âmbito acadêmico, as preocupações são especialmente relacionadas a falta de recursos, pois este ano anunciaram diversos cortes em bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Quando a pesquisa básica em oncologia é afetada, fica muito mais difícil que um novo biomarcador seja descoberto no país, por exemplo, o que nos colocaria em uma importante posição científica internacionalmente. Ao promover melhorias na área das pesquisas, também há o benefício de gerar empregos altamente qualificados, conhecimento, investimentos em infraestrutura e ambientes favoráveis à formação de cientistas.


