Brasil é exemplo no combate ao tabagismo, afirma Organização Mundial da Saúde

País é o 2º do mundo a alcançar as medidas de combate do tabaco da OMS entre 171 nações

[Brasil é exemplo no combate ao tabagismo, afirma Organização Mundial da Saúde]

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Divulgado nesta sexta-feira (26), o Brasil alcançou a marca de segundo lugar entre os países no mundo que combatem o tabaco. O país conseguiu um alto nível na lista das seis medidas MPOWER de controle ao tabaco apresentados hoje durante o lançamento do Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a Epidemia Mundial do Tabaco no Rio de Janeiro. 

Na pesquisa do MPOWER foram estudados o consumo de tabaco em 171 países, dos quais aderiram às medidas globais da OMS, e apenas o Brasil e a Turquia, foram as únicas nações mundiais que emplacaram ações governamentais de sucesso.

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Declínio do tabaco no Brasil

Segundo informações divulgadas pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), houve uma queda de aproximadamente de 6% no uso de cigarros pelos brasileiros entre 2006 e 2018. 

No ano passado foi detectado que 9,3% dos brasileiros possuem o hábito de fumar contra 15,7%, registrados em 2006, ano em que a pesquisa começou a ser feita. 

Segundo a pesquisa a queda vem subindo em disparada por todas as faixas etárias nos últimos 13 anos. Cerca de 40% da população brasileira deixou de fumar nesse espaço de tempo. Entre as mulheres, a redução do hábito de fumar alcançou 44%.

O Ministério da Saúde planeja a redução constante do hábito de fumar no país.

Combate ao tabaco 

O tratamento do tabagismo é oferecido em mais de quatro mil unidades de saúde, e em 91% dos casos foram tratados através da Atenção Primária, na porta de entrada do SUS.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Cancer (INCA) entre 2005 e 2016, quase 1,6 milhão de brasileiros realizaram o tratamento de cessação do tabaco em redes públicas de saúde. 

Desde 2001, o governo oferece um serviço telefônico nacional para tirar dúvidas sobre o assunto. O número 136, do serviço, deve estar obrigatoriamente estampado no rótulo frontal de todos os maços de cigarros.

O ato de fumar foi proibido em locais fechados, públicos e privados desde 2011. Além da proibição de se fumar em locais fechados, as mensagens nas embalagens dos cigarros tornaram-se mais impactantes com o passar dos anos. 

A publicidade tabagista foi proibida nos meios de comunicação e o patrocínio de marcas de cigarro foi vetada em eventos culturais e esportivos. 

Em 2018, o Brasil assumiu o compromisso de ajudar a extinguir o comércio ilícito de produtos de tabaco, durante a 42ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul.
Hoje, cinco bilhões de pessoas vivem em países que executaram medidas de controle do tabaco, número quatro vezes maior do que há dez anos. 

Problemas de saúde

Segundo a OMS os cigarros, aquecidos e eletrônicos, podem servir de entrada para o mundo dos vícios, tanto do próprio tabagismo quanto para outras dependências químicas.

Além do problema com vícios, o cigarro é a segunda causa do câncer de pulmão no Brasil, e a principal causa de câncer de pulmão no mundo. O Inca estima que até o final de 2019, serão registrados 31.270 novos casos de câncer de traqueia, brônquio e pulmão no Brasil, em função do tabagismo. 

De acordo com o INCA, em 2015, o uso do tabaco teve relação direta com as mortes por doenças cardíacas, cerca de 35 mil, seguidas pela doença pulmonar obstrutiva crônica com 31.120 mortos. 

Além das mortes cardíacas, o tabagismo pode gerar outros canceres como o de tabagismo passivo com 17.972, seguidos por pneumonia com 10.900 e mortes por acidente vascular cerebral (AVC) com 10.812 casos.

A OMS contabiliza que existe 1,1 bilhão de fumantes em todo o mundo. Oito de cada dez pessoas que fumam moram em países de renda baixa, o que pode agrava os custos para a saúde com doenças relacionadas ao hábito. A organização calcula que 8 milhões de pessoas morram por causa do consumo do tabaco.
 


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