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Brasil enfrenta desabastecimento de remédios de hanseníase em, pelo menos, 18 estados

Entidades afirmam que governo ignora alertas há mais de um ano

Por Da Redação
Às

Brasil enfrenta desabastecimento de remédios de hanseníase em, pelo menos, 18 estados

Foto: Reprodução/Governo do Tocantins

Municípios de pelo menos 18 estados do Brasil estão sem os remédios usados para tratar a hanseníase, uma combinação de três antibióticos chamados de poliquimioterapia, ou PQT. O dado é do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), que já reuniu nos últimos 15 dias mais de 100 relatos de pacientes que estão desde o 2º semestre do ano passado sem tratamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já emitiu um alerta aos governos que dependem da importação da poliquimioterapia, como é o caso do Brasil, em dezembro de 2019.  

De acordo com a ONU, o Ministério da Saúde apenas tem respondido que cuida do caso. Procurado pelo G1, a pasta não se pronunciou sobre medidas contra o desabastecimento. As entidades nacionais ligadas à hanseníase também têm se mobilizado para pressionar o Ministério da Saúde há mais de seis meses. Em agosto, tanto o Morhan quanto a Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) realizaram audiência com o Ministério Público Federal (MPF) para relatar a crise.

“Começamos a receber tanta denúncia de pessoas com o tratamento interrompido que abrimos um formulário online para receber os relatos. No dia 27 de janeiro, lançamos uma petição para pressionar o governo mais uma vez", explica coordenador do Morhan, Artur Custodio. As primeiras reclamações recebidas pelo Movimento no ano passado, explica Custodio, foram de médicos e profissionais da saúde, desesperados ao ver que as cartelas dos remédios estavam acabando. 

De acordo com o presidente da SBH, Claudio Salgado, a situação se tornou crítica em agosto, quando acabaram todos os estoques de Pernambuco, de São Paulo e do Pará. O dermatologista atua no estado paraense e conta que, naquele mês, que pelo menos 20 pacientes foram diagnosticados com a doença e enviados para a casa sem o tratamento.

O dermatologista Claudio Salgado explica que histórias como a da psicopedagoga não são raras de acontecer porque a forma como o Brasil trata a hanseníase está defasada. “Usamos os mesmos antibióticos para tratar a hanseníase há 40 anos. É óbvio que a bactéria causadora da doença tenta se proteger e, com isso, temos novas cepas circulando no país que são resistentes aos medicamentos antigos”, explica o presidente da SBH. 

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