O Brasil entrou em recessão a partir do primeiro trimestre deste ano, informou nesta segunda-feira (29), o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da FGV (Fundação Getulio Vargas). Sob efeitos da pandemia do coronavírus, o PIB brasileiro do primeiro trimestre registrou baixa de 1,5% ante os quatro últimos meses de 2019, segundo os dados das Contas Nacionais Trimestrais, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) há um mês.

Os economistas que formam o comitê se reuniram na última sexta-feira (26), e chegaram a conclusão de que o ciclo de negócios brasileiro atingiu um pico de expansão no último trimestre de 2019, o que “sinaliza a entrada do país em uma recessão a partir do primeiro trimestre de 2020”. Com isso, o ciclo de expansão anterior à atual recessão durou 12 trimestres, período que vai do primeiro trimestre de 2017 ao quarto trimestre de 2019, ressalta o comunicado do Codace.

O ciclo de expansão encerrado no quarto trimestre de 2019 deu fim à recessão de 2014 a 2016, a mais prolongada da história econômica nacional. Inicialmente, o Codace havia datado esse ciclo de retração entre o segundo trimestre de 2014 e o quarto trimestre de 2016. Na reunião, o comitê também fixou os meses específicos de pico e vale de todos os ciclos analisados pelos economistas, desde o início da década de 1980.

Assim, a recessão de 2014 a 2016 durou ao todo, 33 meses, de abril de 2014 a dezembro de 2016, conforme a datação atualizada pelo Codace. A datação dos ciclos conforme os meses revela que, na média desde janeiro de 1981, os ciclos de expansão tiveram duração de 32,9 meses. Já os ciclos recessivos tiveram duração média de 17,7 meses. Conforme o comunicado, a cronologia dos ciclos econômicos é “estabelecida pela alternância entre datas de picos e vales no nível da atividade econômica”, diz o comunicado do Codace.