Brasil lidera ranking mundial em vazamento de dados de cartões, aponta levantamento
Em 2020, país respondeu a 45,4% dos mais de 2,8 milhões de dados expostos em mais de 60 países

Foto: Reprodução/Metrópoles
O Brasil lidera um ranking de 65 países de vazamento de dados de cartão de débito e crédito. Em 2020, o país contabilizou 45,4% do total de 2.842.779 cartões expostos detectados pela empresa de cibersegurança Axur, ficando 10 pontos percentuais à frente dos Estados Unidos, segundo colocado no ranking. O levantamento da empresa mostra ainda que das 10 instituições financeiras com maior volume de dados vazados, sete são brasileiras.
Segundo Eduardo Schultze, líder de Threat Intelligence da Axur, a liderança do Brasil no ranking é explicada pelo tamanho da população, com um grande número de potenciais vítimas para os criminosos. Além disso, o crescimento do comércio eletrônico tem dado impulso aos golpes. “Muitas pessoas estão comprando pela primeira vez pela internet”, afirma.
O golpe mais comum, explica o especialista, é o phishing (pescaria, em inglês), um ação fraudulenta caracterizada por tentativas de adquirir ilicitamente dados de outra pessoa como números de cartões de crédito e informações financeiras. Em geral, a vítima é levada para um site falso onde ela digita os dados, que serão capturados pelo criminoso.
O Pix, sistema de pagamento lançado pelo Banco Central, também virou isca para golpes. Somente na primeira semana de cadastramento de chaves do Pix, em outubro, a Kaspersky identificou 60 domínios falsos que usam as técnicas de “phishing” para o roubo de informações.
Segundo a advogada Juliana Moya, quando uma pessoa tem o cartão clonado, o primeiro passo é entrar em contato com o banco ou a empresa que administra a bandeira do cartão de crédito, para comunicar a situação e pedir o bloqueio do cartão, caso seja constatado que houve clonagem.
“É importante fazer boletim de ocorrência para comprovar a fraude e para que o titular do cartão não seja responsabilizado por compras indevidas feitas em seu nome. Também é importante para que a polícia possa iniciar uma investigação sobre os fatos e identificar os autores da fraude”, afirma.