Brasil mantém estabilidade mesmo em cenários desafiadores, afirma diretor do BC
Gabriel Galípolo ressalta bom desempenho do real diante de turbulências globais

Foto: Pedro França/Agência Senado
Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central, destacou nesta quinta-feira (23) a resiliência do Brasil e do real frente à abertura dos juros nos Estados Unidos e aos conflitos geopolíticos que ganharam intensidade.
"Prevíamos, em sua maioria, economistas inclusive, um aumento no preço do petróleo e uma desvalorização do real. No entanto, o real se mostrou robusto e o petróleo registrou variações moderadas, apesar das turbulências externas", afirmou Galípolo.
Ele destacou que o superávit comercial do Brasil desempenhou um papel fundamental, impulsionando o influxo de dólares para o país e sustentando a posição do real. Além disso, salientou que a atratividade da taxa de juros brasileira ainda é significativa para os investidores que estão avaliando oportunidades.
Durante sua participação no webinário "Política Monetária no Brasil e no Mundo", promovido pela Associação de Bancos do Estado do Rio de Janeiro (Aberj), Galípolo enfatizou que o mercado de trabalho no Brasil sofreu menos impacto no processo de desinflação. "Uma desinflação mais suave é positiva. Estamos administrando o tratamento do paciente com efeitos colaterais menos prejudiciais", avaliou.
Entretanto, o diretor reconheceu o desafio do Brasil em atrair mais investimentos para a transição energética. "Outros países conseguem atrair investimentos em produtividade, seja por razões geopolíticas ou de proximidade geográfica, como México e Índia. O Brasil precisa reforçar suas vantagens comparativas", concluiu Galípolo.