Brasil passa a ser visto pelo mundo como "ameaça sanitária" por conta de gestão da pandemia

Especialistas falam dos efeitos na economia e na reputação internacional a médio e longo prazo

Por Da Redação
Ás

Brasil passa a ser visto pelo mundo como "ameaça sanitária" por conta de gestão da pandemia

Foto: Reprodução/Agência Brasil

Pelo menos 18 países suspenderam voos ou impuseram outros vetos específicos aos passageiros saídos do Brasil e da África do Sul, com medo da propagação do coronavírus e de suas variantes. Fala-se do Brasil como uma importante “ameaça sanitária global”, usando os termos publicados no jornal britânico The Guardian, que ouviu médicos e especialistas preocupados com o avanço da doença.   

“Isso é sobre o mundo. É global”, disse ao jornal o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, nos Estados Unidos. Se a mutação do vírus, a P1, surgida em Manaus, já era motivo de alerta por se tratar de uma variante mais contagiosa e, a princípio, mais resistente às vacinas, é a condução da crise pelo governo que põe o país sob os holofotes neste momento.

"Se não houver uma mudança radical e rápida na forma como o país está lidando com a pandemia, ele vai se tornar uma ameaça global à gestão da crise, como também um pária, rejeitado pelos demais em transações econômicas, turismo e até mesmo na cooperação e diálogo sobre as grandes questões", diz Fabio de Sá e Silva, co-diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos.

Para Sayantan Ghosal, professor de economia da Universidade de Glasgow, o que acontece no Brasil hoje tem implicações sérias sobre a sua reputação no cenário mundial. Especialista em desigualdades sociais, ele destaca que a pandemia vai cobrar um preço alto da sociedade brasileira no médio e longo prazos. A diferença entre ricos e pobres vai se agravar, e a recuperação da economia será demorada.

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