Brasil pode ter nova onda de covid entre abril e setembro de 2022, diz pesquisa

Projeções são do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar Ação Covid-19

Por Da Redação
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Brasil pode ter nova onda de covid entre abril e setembro de 2022, diz pesquisa

Foto: Divulgação/Prefeitura de Mana

O Grupo de Pesquisa Interdisciplinar Ação Covid-19 realizou um estudo, intitulado Possíveis cenários da pandemia no Brasil sob diferentes durações de proteção vacinal, apontando que mesmo com o avanço da vacinação contra a covid-19 neste ano, o Brasil pode voltar a ter um novo pico de infecções e mortes pela doença em 2022. 

O estudo leva em conta a taxa média de proteção das vacinas aplicadas no país contra casos sintomáticos da doença — CoronaVac (50%), Janssen (66%), AstraZeneca (76%) e Pfizer (95%) — e uma eventual queda do nível dos anticorpos conferidos por elas em dois cenários: após 12 e 18 meses.

A campanha de imunização começou no Brasil em 17 de janeiro, com profissionais de saúde, seguidos de idosos.

Os pesquisadores do Grupo incluíram variáveis que podem fazer com que um novo surto impacte mais uma região do que outra. Para isto, criaram o IPC (Índice de Proteção Covid-19), que sumariza e diferencia a desigualdade social em diferentes localidades.

A pesquisa analisa outros parâmetros como a taxa de vacinação de cada estado ou cidade, nível de isolamento social e densidade demográfica, por exemplo.

O grupo concluiu que, sem uma revacinação no começo do ano que vem, existe risco de um novo surto de covid-19 no país entre abril e setembro, a depender da duração da imunidade conferida pelas vacinas.

"Já se observa no país a diminuição das medidas de prevenção, com retorno às atividades comerciais e às aulas presenciais, aglomerações em espaços de lazer, realização de festivais de música e eventos esportivos, o que amplia continuamente o risco de transmissão e surgimento de novas variantes, principalmente em cidades com baixo IPC, alta densidade e polos turísticos como o exemplo hipotético da cidade de Olinda-PE", alerta o estudo.

A epidemiologista Gerusa Figueiredo, uma das autoras do estudo e professora do IMT-USP (Instituto de Medicina Tropical de São Paulo), explica que nenhuma vacina confere 100% de proteção contra a covid-19. Só por este motivo uma parte dos imunizados já está suscetível à infecção em um primeiro momento.

Dose de reforço

Cientistas do mundo todo já têm um consenso de que a covid-19 é uma doença que vai permanecer.

De acordo com o grupo Ação Covid-19, a grande capacidade de mutação do vírus SARS-CoV-2 e a possibilidade de reinfecção tornam a imunidade de rebanho (quando uma determinada taxa cobertura vacinal interrompe a transmissão do patógeno) impossível, 

Com base nesta informação, é pertinente imaginar, afirma Gerusa, que o mundo inteiro terá que fazer vacinações periódicas contra a covid-19. Mas a questão é: quando?

Estudos internacionais, como um realizado no Chile, já apontam para uma queda da imunidade da CoronaVac seis meses após a segunda dose. Esta foi a primeira vacina usada no Brasil, principalmente em idosos, que já têm um sistema imunológico mais fragilizado em relação aos jovens e não desenvolvem uma proteção tão robusta. 

 

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