Brasil registra um paciente com suspeita de envenenamento a cada duas horas, aponta levantamento
De acordo com um levantamento da Abramede, foram 45.511 atendimentos de emergência por casos de envenenamento nos últimos dez anos

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Nos últimos dez anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) contabilizou 45.511 atendimentos de emergência por casos de envenenamento. O dado foi obtido através de um levantamento feito pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) e publicado pelo blog de Lauro Jardim, no jornal O Globo.
Segundo o estudo, entre 2015 e 2024, foram registrados em média 4.551 casos ao ano, o equivalente a 12,6 casos por dia ou um a cada duas horas. Das 45.511 internações, 3.461, cerca de 7%, foram por intoxicação proposital causada por terceiros. No total, foram 1.480 mortes por envenenamento.
A maioria dos casos registrados envolve drogas e substâncias químicas não determinadas. Entre as causas identificadas nos casos acidentais, os envenenamentos por exposição a medicamentos usados para aliviar dor, febre e inflamação ocupam o primeiro lugar, com 2.225 registros. Outros 1.830 ocorreram devido à exposição a pesticidas.
Casos recentes
No início de agosto, uma adolescente de 15 anos foi detida suspeita de tentar envenenar a mãe, de 42, com raticida em Itabuna, cidade do sul da Bahia. De acordo com a Polícia Civil, a ação ocorreu no dia 8 de maio, com a substância colocada em dois pães que seriam ingeridos pela vítima.
A mãe percebeu o envenenamento, foi encaminhada para o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães para receber o atendimento médico.
Em outro caso, uma brasileira, de 40 anos, foi presa acusada de matar cinco filhos por envenenamento entre 2008 e 2023, em Minas Gerais. A prisão ocorreu em Coimbra, Portugal.
Em julho, um bebê de 1 ano morreu após ingerir veneno na casa em que vivia, no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador. Ele foi socorrido para uma unidade de saúde, mas não resistiu.