Brasil tem 30 fábricas de vacina para gado e só 2 para humanos, diz Sindan

Segundo o sindicato, mais de 90% das vacinas para gado são fabricadas no Brasil

[Brasil tem 30 fábricas de vacina para gado e só 2 para humanos, diz Sindan]

FOTO: Owen Humphreys/PA Wire via BBC

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), mais de 90% das vacinas para gado são fabricadas no Brasil enquanto apenas dois institutos produzem vacinas para humanos. Ao todo, o Sidan calcula 30 fábricas para vacina veterinária. 

Com a pandemia da Covid-19, o Brasil mostrou que sofre uma fragilidade por depender da importação de insumos da China para a fabricação de vacinas, além do sucateamento de laboratórios e fábricas usados para produzir imunizantes no país. Atualmente, apenas os institutos Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan fabricam insumos no país. 

Em entrevista à BBC News, o fundador e primeiro presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina Neto, recordou que na década de 1980, pelo menos cinco institutos eram capazes de produzir vacinas. "No regime militar, foi implementado o modelo de substituição de importações. Os militares fizeram um esforço para ampliar capacidade produtiva local de insumos farmacêuticos e o pico se deu no final dos anos 1980".

Em 1985, o regime militar lançou o Programa de Autossuficiência de Imunobiológicos (Pasni), com a meta de tornar o Brasil autossuficiente na produção de imunizantes. Recursos do Ministério da Saúde foram transferidos em peso para quatro instituições de pesquisa: Bio-Manguinhos, Instituto Butatan, Fundação Ezequiel Dias e Instituto Vital Brasil.

Em poucos anos, o Brasil passou a fabricar uma série de vacinas em território nacional, como a da tríplice viral, febre amarela, tríplice bacteriana, poliomielite, tuberculose (BCG), e hepatite B.

A partir de março de 1990, a abertura comercial promovida pelo então presidente Fernando Collor permitiu a entrada maciça de produtos importados e muitas indústrias brasileiras não resistiram, inclusive o setor de imunizantes. Nesse meio tempo, China e Índia despontaram como grandes produtores de insumos farmacêuticos.

Como consequência da abertura econômica, institutos e fábricas foram fechando as portas, restando apenas Fiocruz e Butantan como capacidade para produzir vacinas de tecnologia nacional.


Comentários

Relacionadas

Veja Também

Fique Informado!!

Deixe seu email para receber as últimas notícia do dia!