Brasil teme impacto da pressão de Donald Trump nas negociações da COP30 em Belém

O governo brasileiro acompanha com cautela os movimentos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação às políticas ambientais. A avaliação em Brasília, segundo Gustavo Uribe, da CNN Brasil, é de que a pressão de Trump contra metas de redução de emissão de gases de efeito estufa pode enfraquecer as negociações da COP30, marcada para novembro, em Belém.

Nos bastidores, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconhecem que a ausência de Trump na conferência pode evitar embates diretos, mas avaliam que a postura do líder americano tende a influenciar outros países desenvolvidos, reduzindo o nível de compromisso climático.

De acordo com Uribe, um negociador do governo brasileiro destacou que “se até mesmo o sistema financeiro, que é sólido no mundo inteiro, foi abalado por Trump, imagine compromissos ambientais, que não são cumpridos à risca por nações do mundo todo.” 

Diante desse cenário, a estratégia do Planalto é reforçar o peso político do evento por meio da presença de lideranças internacionais de grande influência. Lula deve renovar convites a personalidades como o Papa Leão XIV, o rei Charles III, do Reino Unido, e artistas engajados na pauta ambiental, como Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo.

Trump, por sua vez, tem atuado internamente para barrar a transição energética nos Estados Unidos, reduzindo subsídios para veículos elétricos e para as energias solar e eólica. Além disso, o republicano vem pressionando outros países a flexibilizarem suas metas ambientais e ampliarem o consumo de petróleo, gás e carvão, com ataques direcionados especialmente à indústria eólica, em expansão em nações da Europa, China e Brasil.