Brasil terá mais de 125 mil mortes por Covid-19 até o começo de agosto, diz estudo
Projeção é da Universidade de Washington, EUA

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O número de mortes por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no Brasil deve passar de 125 mil no começo de agosto, segundo dados do Instituto para Métricas de Saúde e Avaliação (IHME, na sigla em inglês), ligado à Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Na última segunda-feira (25), após o crescimento de casos e mortes pela doença no Brasil nas últimas semanas, e o país ter passado a ser o epicentro da pandemia, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o instituto americano também atualizou os números para pior.
De acordo com as projeções do IHME, o pico de mortes diárias no país deve acontecer em 13 de julho, com 1.526 mortes em 24 horas. Antes, o pico era em 1 de julho, com 1.024 mortes em apenas um dia. A partir de agosto, a curva de mortes diárias começa a descer, mas ainda na faixa de quase 1,4 mil a cada 24 horas naquele mês.
“O Brasil deve seguir o exemplo de Wuhan, na China, e o da Itália, Espanha e Nova York e impor ordens e medidas para tomar controle de uma epidemia que está crescendo rapidamente, e reduzir a transmissão do coronavírus”, disse Christopher J. L. Murray, diretor do IHME.
Sem essas medidas de controle, o modelo do instituto mostra que o volume de mortes deve seguir em alta até o meio de julho. Ainda segundo Murray, a previsão do IHME captura efeitos das regras de distanciamento social, tendências de mobilidade e capacidade de testes. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem sido foco de preocupação entre líderes políticos e especialistas em todo mundo por insistir em minimizar a pandemia e ser contrário às regras de distanciamento social.
A diretora-geral da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, citou nesta terça-feira (26) uma projeção de 88,3 mil mortes pelo novo coronavírus no Brasil até o dia 4 de agosto. "Modelos têm limitações", alertou Etienne. "Eles são, primariamente, ferramentas para prever cenários em situações complexas. Eles nunca devem ser levados em conta literalmente. Situações podem ser alteradas baseadas na resposta em particular em qualquer país", concluiu.