Butantan pretende encurtar duração do período de testes da vacina Butanvac
Apesar da intenção, mudanças no planejamento dependem da autorização da Anvisa

Foto: Reprodução/Agência Brasil
O Instituto Butantan pretende encurtar o tempo de duração dos testes da Butanvac, vacina desenvolvida pelo instituto contra a Covid-19 e com produção 100% nacional. Para isso, deve pedir o uso emergencial do imunizante sem os resultados clássicos de eficácia (obtidos na fase 3 da pesquisa, com base em dados de infecções e hospitalizações de participantes do estudo).
O formato alternativo de testes, no entanto, ainda não tem consenso entre os cientistas. Pelo novo planejamento, a liberação do produto poderia ocorrer após a análise da resposta imune dos participantes, diferentemente de pesquisas anteriores, que mediram também o número de infectados após a aplicação do produto em teste. A resposta imune é a reação do corpo ao vírus, induzida pela vacina.
Ainda não há, entretanto, parâmetros internacionais consolidados sobre esse modo de estimar a eficácia. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os estudos de fase 3 “seriam necessários para verificar o desempenho na prevenção de casos graves e sintomáticos”. Caso a exigência for mantida, é possível que os estudos demorem mais do que gostaria o Butantan.
Inicialmente, em março, o governo João Doria (PSDB) previa iniciar a aplicação da Butanvac em julho (prazo já considerado muito curto pelos cientistas, e que não se cumpriu). Agora, o instituto fala em concluir os testes dentro de, aproximadamente, quatro meses, ou seja, ainda este ano.
Até agora, o estado de São Paulo já fabricou oito milhões de doses da Butanvac e o Butantan tem cobrado celeridade da Anvisa nas análises. Outros institutos brasileiros que desenvolvem vacinas próprias, como a Universidade Federal de Minas (UFMG), preveem concluir os testes dos imunizantes só na metade de 2022.