Com o objetivo de conter cada vez mais a transmissão da Covid-19, a capacidade ofaltiva dos cães se tornaram mais uma ferramenta para combater a pandemia. Países como Finlândia, Líbano, Argentina, Chile, Alemanha, Estados Unidos, Colômbia e México, as autoridades já estão treinando os animais para que possam detectar pessoas infectadas pelo novo coronavírus. 

O objetivo é que os cães sejam usados em locais de chegada de pessoas em países, a exemplo de aeroportos ou estações de trem. "Os compostos orgânicos voláteis que são liberados das amostras de suor são uma mistura complexa. Portanto, é provável que os cães estejam detectando uma mistura particular de cheiros, em vez de compostos individuais", diz Susan Hazel, veterinária da Universidade de Adelaide, na Austrália.

De acordo com a professora Anna Hielm-Bjorkman, da Universidade de Helsinque, os cães podem detectar o vírus em humanos até cinco dias antes do aparecimento dos sintomas. "Eles são muito bons [na detecção do coronavírus]. Estamos nos aproximando de 100% de eficácia", explica ela.

Treinamento

Segundo Felipe Valencia, veterinário colombiano e especialista em adestramento de cães, à BBC Mundo, o treinamento ocorre com diferentes métodos para que os cães detectem o "cheiro" da pessoa com Covid-19, mas a maioria é com base na recompensa. 

Valencia conta que eles recebem amostras, neste caso de saliva de pessoas infectadas, ao lado de alimentos ou de um objeto com o qual costumam treinar. "Então a comida ou o objeto são retirados e só fica o cheiro da pessoa doente", diz Valencia.

"O próximo processo é alternar essas amostras com outras que não contenham o vírus. Quando reconhecem aquela que contém a amostra positiva, recebem um prêmio", afirma o treinador.

Ao não encontrarem a amostra infectada, os animais não recebem a recompensa e são motivados a ir em busca novamente.