Calor acumulado nos oceanos registra novo recorde pelo 6º ano seguido
Pesquisa foi publicada na revista científica Advances in Atmospheric Sciences

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O calor acumulado nos oceanos registrou novos recordes pelo sexto ano seguido, segundo aponta a pesquisa publicada, nesta terça-feira (11), na revista científica Advances in Atmospheric Sciences.
O relatório resume dois conjuntos de dados internacionais, do Instituto de Física Atmosférica (IAP, na sigla original), da Academia Chinesa de Ciências, e dos centros nacionais de Informação Ambiental, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla original), dos Estados Unidos (EUA). Todos analisam observações sobre o calor dos oceanos e seu impacto desde a década de 50.
Segundo um dos autores do documento, Kevin Trenberth, do Centro Nacional de Investigação Atmosférica do Colorado, o aquecimento “está aumentando incessantemente, em nível global, e este é um indicador primário da mudança climática induzida pela humanidade”.
As estimativas do ano de 2021 são que os os primeiros 2 mil metros de profundidade em todos os oceanos absorveram mais 14 zettajoules de energia sob a forma de calor do que em 2020, o equivalente a 145 vezes a produção mundial de eletricidade em 2020.
Além de todo o calor, os oceanos também absorvem entre 20% e 30% das emissões de dióxido de carbono produzidas pela humanidade, o que leva a acidificação das águas.
“À medida que os oceanos aquecem, a água expande-se e o nível do mar sobe. Os oceanos mais quentes também sobrecarregam os sistemas climáticos, criando tempestades e furacões mais poderosos, bem como aumentando a precipitação e o risco de inundações”, disse Lijing Cheng (IAP).