Câmara de Salvador aprova reajuste salarial para professores após confusão
Carlos Muniz, presidente da Casa, afirma que votação seguiu o rito regimental

Foto: Antonio Queirós/Câmara de Salvador
A sessão que aprovou o Projeto de Lei nº 174/25, sobre o reajuste dos servidores municipais de Salvador, foi marcada por confusão e tumulto. A votação foi interrompida após manifestantes invadirem o Centro de Cultura da Câmara Municipal, mas posteriormente foi retomada e concluída a portas fechadas, nesta quinta-feira (22).
Segundo informou o presidente da Câmara, vereador Carlos Muniz (PSDB), a decisão de seguir com a votação fora do plenário foi tomada por questões de segurança. Durante o tumulto, os vereadores Sidninho (PP) e Maurício Trindade (PP) foram hostilizados por sindicalistas. Imagens mostram manifestantes invadindo a sala onde ocorria a votação. A confusão aumentou quando um dos manifestantes tomou o microfone da mão de um vereador, gerando um tumulto generalizado.
A proposta de reajuste foi analisada após a apresentação de seis emendas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sendo quatro da bancada de governo e duas da oposição. O parecer favorável foi elaborado pelo presidente da CCJ e relator da matéria, vereador Sidninho (PP), permitindo o avanço do texto.
Com a abstenção da bancada de oposição, o projeto foi aprovado pela maioria dos vereadores presentes. Carlos Muniz afirmou que todos os procedimentos regimentais foram cumpridos. “O projeto chegou a esta Casa, passou por todas as comissões e foi aprovado pela maioria”, destacou.
Muniz lamentou a invasão ao Centro de Cultura e criticou a postura dos manifestantes. “Tratou-se de um ato bárbaro, com destruição do patrimônio público. Essas agressões não são feitas por verdadeiros sindicalistas, mas por baderneiros”, afirmou.
O presidente ressaltou a importância do respeito às decisões democráticas. “Na democracia existe o sim e o não. Muitas vezes, aquelas pessoas têm reivindicações que não serão atendidas e isso precisa ser respeitado”, pontuou.
Ele também fez um apelo à oposição, que havia solicitado o adiamento da votação para a próxima segunda-feira (26). “Alguns vereadores queriam adiar, mas a maioria absoluta pediu que fosse votado hoje. Projeto votado, encerrado, e agora será sancionado pelo prefeito”, declarou.
Por fim, Muniz reforçou que a Câmara está aberta para intermediar o diálogo entre o Executivo e a categoria, desde que não haja novos episódios de agressão ou depredação do patrimônio público.
Segundo informou o G1, o sindicato dos professores confirmou que manterá a greve, pois o reajuste aprovado não atende às reivindicações da categoria. A decisão foi tomada após assembleia realizada logo após a aprovação da proposta pela prefeitura, na noite desta quinta-feira.
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