Campanha solidária arrecada agasalhos e cobertores em Salvador
Ação do projeto ‘Chega Pra Somar’ visa ajudar pessoas em abrigos e moradores de rua

Foto: Divulgação
As temperaturas mais baixas registradas no inverno são ainda mais difíceis para quem precisa de roupa quente e não tem. Pessoas em situação de rua, por exemplo, que já sofrem constantemente, têm mais um problema para se preocupar porque ficam vulneráveis às baixas temperaturas que, sem as devidas proteções, se tornam prejudiciais à saúde. Devido a todos os problemas de exclusão e falta de assistência que ficam ainda mais latentes no inverno, a solidariedade de ações sociais fazem toda a diferença. Em Salvador, o projeto social Chega Pra Somar iniciou a ação ‘Aquecendo Corações’, que tem o objetivo de arrecadar agasalhos e cobertores para fazer doações.
A idealizadora do projeto, Marcelle Nobre, disse ao Farol da Bahia que a ação também foi planejada para dar suporte às pessoas que moram em abrigos. Segundo ela, esses locais foram bastante prejudicados pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, e com a chegada do inverno as necessidades se tornaram ainda maiores. “Devido ao momento delicado que ainda estamos vivendo, sentimos a necessidade de ajudar. Nosso objetivo é arrecadar roupas de frio e cobertores para realizar a distribuição nos abrigos e também nas ruas”, disse.
Ela disse ainda que o projeto lançou a ação na última quinta-feira (1) e que, nesse primeiro momento, o foco é divulgar a iniciativa para coletar uma boa quantidade de itens. “Estamos divulgando e arrecadando neste mês de julho para realizar a entrega com brevidade”, afirmou.
Essa não é a primeira ação realizada pelo projeto. Desde de 2017, quando foi criado, o Chega Pra Somar vem mobilizando pessoas para realizar ações de solidariedade que já ajudaram inúmeras pessoas. Ainda em entrevista, Marcelle Nobre disse que quando era criança participou junto com os pais e a irmã de uma ação de natal em Ilhéus, cidade no Sul da Bahia. Na ocasião, o objetivo era levar quentinhas para os moradores do lixão. Marcelle conta ainda que presenciou algumas cenas que a fizeram pensar na importância de ajudar o próximo. “Ao longo dos anos fiquei pensando em como poderia fazer isso, porém só no ano de 2017, quando tinha 25 anos, que consegui realizar esse sonho. Com o incentivo da minha família e do meu esposo, consegui desenvolver e colocar em prática algo que já queria há muito tempo”, disse.
Marcelle disse ainda que o nome do projeto foi inspirado na letra da música ‘Ser Humano’ de Zeca Pagodinho. “O trecho da música é aquele que diz: ‘é ser humano, que sabe chegar pra somar’”, afirmou. Além disso, ela também explicou como o projeto escolhe os locais que serão destinados às doações.
“Antes da pandemia, o grupo pesquisava as instituições em sites ou nas redes sociais e fazia uma visita ou ligação para saber a maior necessidade do momento. Depois de coletar todas as informações, nós planejávamos uma ação. Com a chegada da pandemia, entretanto, muitas instituições começaram a entrar em contato com os voluntários do grupo pedindo ajuda. Com essa nova demanda, o grupo se ajusta e monta uma ação com poucos voluntários para entregar as doações”, explicou.
Ajudar faz bem
Mirella Nobre, voluntária do projeto, disse ao Farol da Bahia que as ações de solidariedade têm o propósito de tentar reduzir a desigualdade social. Ela, que participa das ações do Chega Pra Somar desde 2017, disse ainda que as atividades desenvolvidas pelo projeto fazem com que ela perceba “diversas perspectivas de modo de vida”.
“As ações de solidariedade têm uma importância imensa. Elas ampliaram minha visão de mundo e mudaram meu modo de viver e pensar. Todas as atividades que participo com o grupo me impactam sempre, pois é uma realidade totalmente diferente da minha. Portanto, eu saio de cada ação transformada e transmitindo amor para as pessoas que mais precisam. Cada ação que realizamos é gratificante não apenas para as pessoas que são ajudadas, mas também para todos os membros do grupo”, afirmou.
Já Camilla da Matta, que também é voluntária do grupo, disse que quando começou a participar do grupo, em 2017, não tinha muita noção do quanto as ações mudariam a vida dela. “Hoje em dia eu olho para as pessoas e para o mundo de outro jeito, com mais amor. Além disso, eu passei a dar muito mais valor a tudo que tenho depois de fazer parte do projeto. Ajudar o próximo é uma coisa tão simples. Se cada um fizesse um pouquinho, muita gente não passaria necessidade. Um simples ato muda totalmente a vida de uma pessoa. Às vezes as pessoas só querem conversar. Ações solidárias falam muito sobre amor”, disse.
“Com nossas pequenas ações sabemos que não vamos mudar o mundo, mas com toda certeza estamos mudando a vida de alguém e fortalecendo a caminhada do próximo”, concluiu Marcelle Nobre.
Para doar
Interessados em ajudar podem entrar em contato com os voluntários do projeto através das redes sociais, confira: