O Brasil encerrou 2020 com 103 campanhas de recall, segundo dados do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP). Convocações para correção de falhas no ano foi 30,4% menor do que o registrado em 2019.  

De acordo com o diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez, a redução no número de recalls pode ter sido influenciada pela pandemia de Covid-19, que puxou a atenção para a crise sanitária.  

"A quantidade de recalls depende do surgimento de um defeito após o lançamento do produto e do desejo do fornecedor de revelar a existência dessa falha, porque alguns querem acobertar e esperam para ver o que pode acontecer", afirma Capez.

Das 14 campanhas realizadas entre janeiro e dezembro do ano passado, os defeitos nas airbags automotivos lideraram mais uma vez o número de convocações. Na sequência, os problemas mais frequentes são reios de veículos (12,38%) e na fabricação ou montagem dos produtos (10,48%). Houve ainda campanhas para solucionar falhas em sistemas de combustíveis (9), de tração (8), eletrônico (8) e no motor dos veículos (7).

"Os problemas envolvendo freio, eletricidade e airbags são gravíssimos, porque, se provado que não houve ampla divulgação do defeito e a convocação imediata dos consumidores e houver um acidente, a empresa poderá ser responsabilizada civil e criminalmente", aponta Capez.