Câncer de colo do útero atinge 17 mil mulheres por ano no Brasil, diz pesquisa
Isso representa um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres

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De acordo com uma pesquisa do Instituto Oncoguia, ONG e portal informativo voltado para a qualidade de vida do paciente com câncer, há estimativa de que surjam mais de 17 mil casos novos no Brasil, o que representa um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres.
Segundo Clarissa Willets, Médica de Família e Consultora da Kipp Saúde, o câncer de colo de útero é causado pela infecção por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV), que é muito frequente, mas que normalmente não causa doença.
“HPV é o nome de um grupo muito comum de vírus. A maioria das pessoas terá contato com algum vírus do HPV na vida. É supercomum e ninguém deve ter vergonha disso. A transmissão ocorre pelo contato pele a pele com outra pessoa na área genital e não apenas no sexo com penetração”, explica.
Prevenção
Assim como muitas doenças, o câncer de colo do útero pode ser evitado. “Este é um câncer muito frequente em mulheres e é altamente prevenível! Ele corresponde a 7,5% dos cânceres que aparecem em mulheres em um ano e causa 6% das mortes por câncer em mulheres”, diz Clarissa.
Fazer o exame conhecido como papanicolau é uma das melhores maneiras de se proteger do câncer de colo de útero, mas tomar a vacina contra o HPV e usar preservativo também são indicados. “Programas de rastreamento podem reduzir muito o aparecimento e as mortes por câncer de colo do útero.
Segundo a OMS, se 80% de uma população de mulheres fizer o exame e for adequadamente tratada, é possível reduzir em 60-90% a incidência de câncer invasivo nesta população”, comenta a médica.
O exame citopatológico, ou papanicolau, é indicado para qualquer pessoa com colo do útero com idade entre 25 e 64 anos e que já teve atividade sexual.
“É importante desmistificar este exame e entender que ele é simples e muito importante, mas não precisa ser feito todo ano. Se for detectada alguma lesão, pode ser que o médico indique repetir com menor intervalo, mas nos casos em que o rastreamento vem normal, o exame pode ser repetido entre dois e três anos", explica a médica.
Já a vacina do HPV está disponível gratuitamente nos postos de saúde, em 2 a 3 doses, para meninas e meninos de 9 a 14 anos; e crianças e adultos dos 9 a 45 anos que tenham HIV ou AIDS, ou que receberam transplante de órgãos ou de medula óssea, além de pessoas em tratamento contra o câncer.