Canonização de Carlo Acutis, responsável pela cura de criança brasileira, deve ocorrer em setembro
Papa Leão XIV se reuniu com cardeais, nesta sexta-feira, e decidiu data que havia sido adiada por conta da morte de Papa Francisco

Foto: Divulgação/Associação Carlos Acutis
O Papa Leão XIV anunciou nesta sexta-feira (13), que a canonização do primeiro santo católico da geração millennial, Carlo Acutis, acontecerá no dia 7 de setembro. A cerimônia seria realizada no dia 27 de abril, mas foi adiada após a morte do Papa Francisco.
A nova data da cerimônia foi decidida após uma reunião do pontífice com cardeais, nesta sexta-feira, para discutir causas de canonização.
O jovem ítalo-britânico que morreu de leucemia em 2006, aos 15 anos, será canonizado após relatos de religiosos que atribuem dois milagres a Carlo Acutis, sendo um deles a cura de uma criança brasileira.
Acutis cresceu em uma família rica, cujo pai italiano era financista de um banco inglês, e o avô dono de uma grande seguradora no norte da Itália. Embora inserido em uma classe econômica mais bem-sucedida, o jovem sempre demonstrou apreço por serviços de caridade às pessoas mais necessitadas.
A mãe do jovem conta que aos nove anos ele já levava cobertores, roupas e comida para pessoas em situação de rua, em Milão, na Itália; ajudava crianças com dificuldades nos estudos, que eram alvo de bullying; fazia apostolado com os velhos, com os doentes, com os deficientes; e servia em cozinhas comunitárias.
Milagres atribuídos ao jovem
Em 2011, o padre brasileiro Marcelo Tenório viajou a Itália e conheceu a mãe de Carlo, Antonia Salzan. O religioso contou que a mulher cortou um pedaço da camisa do filho e o entregou.
Ao retornar para o Brasil, o padre, responsável pela Capela de Nossa Senhora Aparecida, no Mato Grosso do Sul, passou a expor o pedaço de pano todo dia 12 de outubro, data da morte do Carlo, e dia da Nossa Senhora da Aparecida.
O representante da igreja relata que durante uma celebração, no dia 12 de outubro de 2013, um menino de três anos, com um grave problema de saúde, que provocava vômitos constantes, foi levado para a igreja pela família para pedir a cura.
A família conta que o menino tocou na relíquia e ao chegar em casa pediu comida. A criança se alimentou tranquilamente, e não vomitou desde então. O jovem tinha uma má formação no sistema digestivo, denominada pâncreas anular. Por conta da enfermidade, tudo o que ele comia acabava voltando para o estômago, o que provocava os vômitos.
O processo cirúrgico era apontado como a única solução para o problema, embora não fosse recomendado pela médica, que se impressionou ao descobrir o estado de melhora repentina da criança.
Após a contestação do milagre, reconhecido pelo Vaticano, mais um milagre precisaria ser atribuída a Carlo Acutis para que fosse possível realizar o processo de canonização. A segunda cura foi de uma jovem da Costa Rica, que sofreu um traumatismo craniano grave em 2022.