Carnaval da diversão e legitimação

Confira a crônica deste domingo (23)

[Carnaval da diversão e legitimação ]

FOTO: Gilberto Júnior / Farol da Bahia

A pluralidade do Carnaval é o que torna esta festa uma celebração da vida. Pelas ruas, bailes de salões, sambódromos ou circuitos de trios elétricos, é o período em que estampar um sorriso no rosto, cantarolar e movimentar o corpo são essenciais para aqueles que se entregam à folia e à indefectível agitação destes dias. 

Carnaval é legitimação. É a expressão cultural que mostra ao mundo a representatividade – e o peso disso à existência  – de quem é do samba, do afoxé, do candomblé, enfim, de quem vive esta manifestação de forma ininterrupta, não apenas durante quatro dias de festa. Para eles, este período pontual é apenas um momento de serem protagonistas da festa, para receber a atenção e respeito do público. 

Os protestos aos poucos também ganharam espaço dentro do Carnaval e, assim, críticas a políticos e à economia nacional são legítimas contextualizações de foliões. Está enraizado, sempre por meio de humor e alegorias fantásticas, seja nos blocos de rua ou nas megaproduções das escolas de samba. Não necessariamente é um período para desviar-se das mazelas e catástrofes que impactam o Brasil.

Carnaval é assim, democrático, uma festa que deve sempre acontecer longe de repressões, limitações ou julgamentos. É a junção de distintos grupos sociais para experimentar a felicidade, nem sempre tangível fora deste período. A folia é a vazão aos anseios por um Brasil menos intimidador, menos preconceituoso e menos violento. 


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