Casal que sobreviveu gripe espanhola, Grande Depressão e Holocausto agora enfrenta o coronavírus
O casal diz não temer o confinamento

Foto: Divulgação | Mary Elizabeth| New York Times
Depois de terem enfrentado períodos da gripe espanhola, a Grande Depressão e o Holocausto, o casal Naomi Replansky, de 101 anos, e a esposa Eva Kollisch, de 95 anos, agora enfrentam o período da pandemia do coronavírus que atinge todo o mundo.
Nascida em maio de 1918, no Bronx, nos Estados Unidos, a poeta e ativista Naomi Replansky veio ao mundo no início da gripe espanhola, que matou entre 30 a 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Anos antes, em 1916, a poliomelite havia sido considerada como epidemia na cidade de Nova York.
Até a aplicação da vacina, que só ocorreu na década de 1950, ocorreram surtos em algumas regiões do país e po causa disso reuniões públicas eram regularmente canceladas e pessoas ricas nas grandes cidades partiram para o interior.
Já Eva, que nasceu no período do nazismo instalado por Hitler na Alemanha, fugiu da Áustria aos 13 anos de idades com a família para a Inglaterra. Em 1940, a família escapou do Holocausto e se reuniu nos Estados Unidos, desembarcando em Staten Island, Nova York.
Na época, os pais de Eva haviam perdido tudo e, para conseguir sustento, a mãe dela trabalhava dando aulas de inglês para refugiados por 25 centavos de dólar. Já o pai dela, que fora um arquiteto de destaque na Áustria, vendia aspiradores de pó.
Em 1934, no auge da Depressão, Naomi se formou no colegial e durante anos, trabalhou em escritórios, linhas de montagem e como torneira mecânica para ganhar dinheiro e ir para a Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Ela foi uma das primeiras programadoras de computador. A primeira coleção de poesia, publicada em 1952, foi indicada ao National Book Award. Manteve amizades íntimas com Richard Wright e Bertolt Brecht, cujo trabalho ela traduziu.
Em entrevista ao 'New York Times', através de um e-mail, Naomi e a esposa afirmaram que não se incomodam com o confinamento adotado por causa da pandemia do coronavírus e disseram que poderiam lidar com mais confinamentos.