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Caso Letícia Birkheuer: neurociência alerta para impactos da exposição pública de adolescentes em conflitos familiares!

Neurocientista Telma Abrahão explica como o envolvimento de adolescentes em conflitos públicos pode afetar seu desenvolvimento emocional e psicológico

Por Michel Telles
Às

Caso Letícia Birkheuer: neurociência alerta para impactos da exposição pública de adolescentes em conflitos familiares!

Foto: Redes Sociais

O recente pronunciamento público do adolescente João Guilherme, 14 anos, no centro da disputa de guarda entre seus pais, a atriz Letícia Birkheuer e o empresário Alexandre Furmanovich, reabriu um debate delicado sobre os efeitos da exposição de menores em conflitos familiares nas redes sociais e na mídia. No vídeo publicado com o pai, o jovem nega estar sendo coagido ou manipulado e afirma que sua participação foi espontânea, além de pedir que sua imagem não seja explorada na imprensa.

O caso envolve acusações mútuas no processo de guarda que se arrasta há mais de quatro anos, com relatos de alienação parental e violência psicológica por parte de ambos os genitores. Para a neurocientista Telma Abrahão, especialista em desenvolvimento infantil e escritora best-seller, situações como essa vão além de um conflito familiar: quando um adolescente é colocado no centro de narrativas públicas, especialmente em contextos de acusação e disputa, há riscos claros ao seu desenvolvimento emocional e psicológico.

“A adolescência é um período de intensa formação de identidade e autopreservação emocional. Expor um jovem em uma disputa pública, nas redes ou na mídia, pode gerar uma sensação de vulnerabilidade e insegurança que ultrapassa o momento do conflito. Isso interfere na forma como ele se percebe e se relaciona com o mundo”, afirma Telma Abrahão.

Segundo a especialista, o cérebro de um adolescente ainda está em formação, especialmente nas áreas que regulam o estresse, a empatia e as relações interpessoais. “Quando um adolescente se vê envolvido em acusações, comentários públicos ou se sente pressionado a ‘se posicionar’ diante de uma audiência, isso ativa respostas de estresse prolongado. Ele começa a internalizar mensagens contraditórias sobre si mesmo e sobre os vínculos afetivos que são essenciais para sua autoestima e bem-estar”, explica.

Estudos neurocientíficos sobre o impacto de experiências adversas na infância e adolescência demonstram que situações de estresse crônico podem moldar padrões de resposta emocional e comportamental no longo prazo, afetando a capacidade de confiar, formar vínculos seguros e regular emoções diante da pressão social.

“Embora o adolescente afirme que sua participação no vídeo foi espontânea, a repercussão pública e as interpretações externas podem carregar uma carga emocional que ele ainda não tem maturidade para processar de forma saudável”, pondera Telma. Especialistas afirmam que conflitos expostos em plataformas públicas têm potencial de repercutir de forma profunda no desenvolvimento psicológico do jovem: desde a sensação de instrumentalização emocional até impactos duradouros em sua percepção de relacionamentos e de si mesmo.

“Essas experiências podem contribuir para uma sensação de hipervigilância emocional, um estado em que o adolescente passa a esperar desaprovação ou conflito constante, o que é um terreno fértil para ansiedade, insegurança relacional e dificuldades de socialização”, observa Telma Abrahão.

Telma ressalta que conflitos de guarda já são, por si só, emocionalmente desafiadores. “Quando somamos a isso a exposição pública, a intensidade do estresse vivido pelo adolescente pode ser muito maior do que imaginamos. É essencial que essas questões sejam tratadas com sensibilidade, sigilo e apoio psicológico adequado, e não transformadas em espetáculo ou disputa de audiência”, conclui.

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