Casos de dengue deve aumentar no verão, afirma infectologista
Em Salvador, o número de notificações de dengue já é 190% maior que o ano passado

Foto: Reprodução / Fiocruz
No período mais quente do ano, é comum o aumento de registro das infecções conhecidas tipicamente como “doenças do verão”. Entre elas, as arboviroses já que o clima é propício para a reprodução do transmissor. Em Salvador, o número de notificações de dengue já registra um crescimento de 190%, neste ano em comparação a 2021, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
As arboviroses mais comuns são: Dengue, Chikungunya e Zika. Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o país também contabilizou um aumento expressivo de 168% nos casos comparados ao ano anterior. Ainda segundo o Ministério, neste ano, cerca de 980 pessoas morreram por dengue.
O boletim mostra ainda que a região Centro-Oeste apresenta a maior taxa de incidência, com 2.005 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida vêm as regiões Sul (1.045 casos), Sudeste (514 casos), Nordeste (422 casos) e Norte (257 casos).
Para o infectologista Adriano Oliveira, a tendência é que os números sejam ainda maiores com a chegada da nova estação. Mas, ele ressalta que as doenças transmitidas pelo mosquito podem ser evitadas com o combate a reprodução do Aedes aegypti. “É importante que as pessoas se lembrem que o transmissor circula num raio de até 100 metros. Ou seja, veio da sua casa ou do seu vizinho. Precisa reforçar o cuidado com as medidas de prevenção”.
As principais características da dengue são: Febre alta, superior a 38°C; dor no corpo e articulações; dor atrás dos olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo que geralmente dura de dois a sete dias. Mas, o infectologista ressalta que os pacientes devem ter atenção aos sintomas mesmo com a melhora.
“A fase inicial é com muita febre e muita dor, é a fase menos perigosa. Quando o paciente acha que está melhorando, quando acha que já não precisa do médico é o momento que pode desenvolver a dengue hemorrágica”.
A dengue hemorrágica apresenta inicialmente os mesmos sintomas da chamada dengue clássica. Normalmente no período final da febre podem surgir sintomas hemorrágicos como sangramento nasal, gengival, vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele, entre outros. Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos profusos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.
Para o tratamento, o infectologista Adriano Oliveira ressalta que é importante o acompanhamento médico, que o paciente não se automedique e ingerir bastante água.
Mosquito
Cada fêmea do Aedes aegypti pode colocar até 1.500 ovos que podem sobreviver em ambiente secos por mais de um ano. Apenas após entrar em contato com a água, o ciclo de vida do inseto – larva, pupa e adulto, é iniciado.
Para a reprodução, o principal ponto é água parada. E Qualquer recipiente que permita o acúmulo de água pode se tornar um foco em potencial - pneus, vasos de planta, caixa d’água, bandeja da geladeira, calhas, galões, baldes, garrafas e entulho estão entre os principais criadouros do mosquito. Por isso, a melhor forma de evitar a proliferação é evitando um possível criadouro.
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