O Ministério Público do Estado da Bahia instaurou inquéritos civis, na última quinta (30), para investigar as condições de adolescentes que atuam nas divisões de base de alguns clubes baianos, dentre eles: Bahia, Vitória, Galícia e Ypiranga. A ação vem sendo coordenada pela promotora Anna Kristina Santos Lehubach Prates, da 3ª Promotoria de Justiça da Infância e Adolescência da Capital. O objetivo do inquérito é analisar os níveis de segurança dos alojamentos que abrigam jogadores dos referidos clubes baianos nas seguintes categorias: sub-14, sub-15, sub-17 e sub-20.

Dos quatro clubes, somente o Bahia realizou obras completas de requalificação e segurança contra o incêndio nos alojamentos da base. As obras foram concluídas há quatro meses. A apuração foi motivada após o incêndio no Ninho de Urubu (centro de treinamento do Flamengo), que matou dez jovens atletas, em fevereiro.

Em contato feito pela reportagem do Farol da Bahia, o  Ministério Público informou que por estar em fase inicial do processo, não podem ser divulgadas mais informações no momento.

Nova investigação

Em 2017, o tricolor foi investigado e autuado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por conta do trabalho infantil em suas divisões de base. Na ocasião foram identificados oito meninos com idade até 14 anos em situação de trabalho clube. Desobedecendo o capítulo III da Lei 9.615/1998 (Lei Pelé):

II - de modo não-profissional, compreendendo o desporto: 

a) semiprofissional, expresso em contrato próprio e específico de estágio, com atletas entre quatorze e dezoito anos de idade e pela existência de incentivos materiais que não caracterizem remuneração derivada de contrato de trabalho;