Cerca de 3 em cada 10 desempregados ainda seguem em busca de trabalho há mais de 2 anos
País encerrou o terceiro trimestre com 9,46 milhões de desempregados, segundo o IBGE

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que cerca de 3 em cada 10 desempregados permanecem em busca por trabalho há mais de dois anos no Brasil. Na pesquisa anterior, relativa ao 2º trimestre, a proporção era praticamente a mesma.
De acordo com o levantamento, ao final do 3º trimestre, o número de trabalhadores desempregados há mais de 2 anos era de 2,575 milhões, cerca de 27,2% do total de desempregados no país (9,46 milhões).
Ao final do 2º trimestre de 2022 o número de trabalhadores desempregados há mais de 2 anos era de 2,985 milhões, cerca de 29,6% do total de desempregados no país, estimado em 10,08 milhões.
Já 16,6% dos desocupados buscavam por trabalho há menos de um mês, 44,5% buscavam de um mês a menos de um ano e 11,6% de um ano a menos de dois anos no terceiro trimestre.
A análise trimestral dos dados sugere que, quanto mais tempo o trabalhador fica desempregado, maior a dificuldade de conseguir uma recolocação no mercado de trabalho.
A grande maioria dos trabalhadores que buscava nova oportunidade de trabalho ao final do 3º trimestre deste ano estava na fila do desemprego há mais de um mês, mas há menos de um ano - 2 pontos percentuais maior que a observada no 2º trimestre.
O IBGE aponta que historicamente é na faixa entre mais de 1 mês e menos de 1 ano que se concentra a maior parcela dos desempregados no país. No segundo trimestre de 2020, auge da crise provocada pela pandemia, os desempregados nesta faixa representavam 58,3% do total, proporção recorde de toda a série histórica da pesquisa.
Já a menor parcela estava na fila há mais de 1 ano, mas há menos de 2 anos, seguida pelos que buscavam nova vaga há menos de 1 mês.
O levantamento do IBGE mostrou, também, que o país encerrou o 3º trimestre deste ano com um contingente de 4,3 milhões de desalentados, ou seja, pessoas desistiram de buscar uma vaga no mercado de trabalho. Esse número é praticamente o mesmo do 2º trimestre.
Mulheres negros e jovens
Segundo a pesquisa, a taxa de desocupação por sexo foi de 6,9% para os homens e 11% para as mulheres, ou seja, a desocupação das mulheres é 59,4% maior que a dos homens - enquanto para os homens a taxa continua abaixo do índice nacional (8,7%), para mulheres segue bem acima.
Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou bem abaixo da média nacional (8,7%) para os brancos (6,8%) e bem acima para os pretos (11,1%) e pardos (10,0%).
O desemprego para quem tem ensino médio incompleto (15,3%) foi maior que para os demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 9,1%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,1%). Para os demais níveis de instrução, os índices foram: Sem instrução (7,9%), Fundamental incompleto (8,8%), Fundamental completo (10,1%) e Médio completo (9,7%).
O desemprego para quem tem ensino médio incompleto (15,3%) foi maior que para os demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 9,1%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,1%). Para os demais níveis de instrução, os índices foram: Sem instrução (7,9%), Fundamental incompleto (8,8%), Fundamental completo (10,1%) e Médio completo (9,7%)
A taxa de informalidade foi de 39,4% da população ocupada no país. As maiores taxas foram no Pará (60,5%), Maranhão (59,1%) e Amazonas (57,1%). As menores foram em São Paulo (30,6%), Distrito Federal (29,8%) e Santa Catarina (25,9%).
O rendimento médio mensal foi de R$ 2.737 - maior que o do segundo trimestre (R$ 2.640), com aumento em todas as regiões, e maior que o mesmo trimestre de 2021 (R$ 2.670), com expansão no Sul e Centro-Oeste.
O percentual de empregados com carteira assinada no setor privado foi de 73,3%. O Norte (57,7%) e o Nordeste (57,3%) tiveram os menores percentuais, enquanto o Sul (82,7%) apresentou o maior.
O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 25,9%. Os maiores percentuais foram em Rondônia (37,4%), Amapá (34,7%) e Amazonas (32,4%) e os menores, no Distrito Federal (21,1%), Mato Grosso do Sul (22,0%) e Goiás (23,2%).