Chefe e torturador do Khmer Vermelho no Camboja, morre aos 77 anos
Kaing Guek Eav, conhecido como "Duch" era condenado à prisão perpétua

Foto: Reprodução
O torturador Kaing Guek Eav, conhecido como "Duch", chefe do centro de detenção do regime do Khmer Vermelho, no Camboja, faleceu nesta quarta-feira (2), aos 77 anos. Ele era condenado à prisão perpétua.
O anúncio de sua morte foi dado pelo porta-voz do tribunal cambojano, Neth Pheaktra. "Duch morreu no hospital", disse ele ao não entrar em detalhes sobre a causa da morte. Mas, segundo uma fonte que não teve a identidade revelada, ele "sofria de uma doença pulmonar há vários anos".
Duch é conhecido por dirigir a Tuol Sleng, a prisão central de Phnom Penh, onde 15 mil pessoas foram torturadas antes de serem executadas pelo Khmer Vermelho.
Às famílias das vítimas, ele reconheceu que usou a crueldade, as execuções e o terror como método político. "Sou responsável emocional e legalmente", admitiu. Duch chegou se converter ao cristianismo e pedir perdão e disse que aceitava a condenação à "pena mais estrita".
Porém, depois ele decidiu mudar de estratégia e passou a reclamar sua liberação, afirmando que era um secretário do regime. A acusação descreveu seu "entusiasmo e meticulosidade em cada uma das tarefas", assim como o "orgulho" por comandar o centro de tortura e "a indiferença com o sofrimento" dos demais.
No final, Duch "não se arrependeu", afirmou Yuk Chang, diretor do Centro de Documentação do Camboja, um organismo de pesquisa que forneceu muitas provas ao tribunal.