Cidadão de país rico teve acesso 100 vezes maior a insumo contra Covid, diz ONU
Entidade tem receio de que o mesmo aconteça com a distribuição das vacinas
Um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) revela como a pandemia do novo coronavírus potencializou a desigualdade econômica mundial. Ao monitorar o comércio de insumos para o combate à Covid-19 no mundo, foi concluído que um cidadão de países mais ricos chega a ter acesso 100 vezes maior a remédios, equipamentos e estrutura médica do que os que vivem os pobres.
Ainda segundo o relatório, cada residente de países de alta renda se beneficiou, em média, de um adicional de US$ 10 por mês de importações de produtos para o combate da Covid-19, enquanto países de renda média, teve apenas US$ 1 extra por habitante. Nos países mais pobres, o abastecimento extra foi de menos US$ 0,10.
"Em outras palavras, as importações per capita dos bens médicos essenciais para mitigar a pandemia da covid-19 foram cerca de 100 vezes maiores nos países de alta renda, em comparação com os países de baixa renda", alertou a ONU.
"Muitos países pobres ou altamente endividados se viram com pouco espaço orçamentário para fazer essas compras", apontou a ONU.
A entidade também avaliou que a vacina será a maneira mais promissora de amenizar a pandemia e reativar a economia local, mas há receios de que sua distribuição seja o mesmo utilizado com os padrões do comércio até agora.
"As iniciativas em andamento para tornar as vacinas disponíveis nos países em desenvolvimento podem não ser suficientes. De fato, no caso das vacinas, a diferença de acesso entre países ricos e pobres poderia ser ainda mais drástica do que as observadas até agora para os suprimentos médicos da covid-19."