Cientistas descobrem causas do avanço do Alzheimer no cérebro
Foram avaliadas amostras post-mortem de pacientes, além de 100 tomografias

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Um grupo de cientistas descobriram que possíveis causas responsáveis pelo declínio cognitivo associado à doença de Alzheimer podem ser por meio de proteínas tóxicas, que chegam a diferentes regiões do cérebro precocentemente e se acumulam por décadas, conforme publicado na revista Science Advances. O estudo é o primeiro a usar dados humanos para quantificar a velocidade dos processos moleculadores e pode ser importante para o planejamento de futuros tratamentos.
A novidade científica pode descartar a teoria de que aglomerados se formam em um local do cérebro quando uma reação ocorre em outra área. De acordo com os pesquisadores, essa disseminação pode vir a acontecer, mas não mais seria o motivador.
Cerca de 400 amostras de cérebro post-mortem de pacientes com Alzheimer, assim como 100 tomografias PET [Tomografia por Emissão de Pósitrons] de pessoas que vivem com a doença desde o grau leve até o mais grave foram usadas por pesquisadores.
O objetivo era rastrear a agregação de tau - uma das duas proteínas-chave que implicam na condição. A tau e outra proteína chamada bea-amiloide se acumulam em agregados e fazem com que as células cerebrais morram, além de encolher o cérebro. Esse processo resulta na perda de memória, alterações de personalidade e dificuldades para realizar tarefas cotidianas.
O grau da doença de Alzheimer é medido conforme a chamada Escala de Braak, e leva cerca de 35 anos para progredir do estágio três (o mais leve) para o seis (o mais avançado).
Os resultados dão brecha para novas maneiras de compreender o progresso de outras doenças neurodegenerativas além de Alzheimer, como o mal de Parkinson, colaborando para se encontrar outras formas de desenvolver tratamentos futuros.