Cientistas recomendam aplicação de uma dose da Pfizer ou Moderna para quem já teve Covid-19
Especialista cita dificuldades para implementar logística envolvendo imunizantes no Brasil

Foto: Reprodução/Jornal Contábil
Uma carta de cientistas publicada no periódico científico EBioMedicine, do grupo da prestigiada Lancet, recomenda que apenas uma dose das vacinas de mRNA, produzidas pela Pfizer/BioNTech ou Moderna seja dada para pessoas que já tiveram Covid-19.
“Há uma necessidade urgente de desenvolver políticas que maximizem o número de pessoas que recebem vacinas sem sacrificar a eficácia da proteção imunológica, uma vez que ainda estamos no meio da pandemia de Covid-19 com um fornecimento limitado de vacinas”, afirmam os cientistas.
A publicação traz uma revisão de estudos sobre o assunto que revela que pessoas que foram infectadas desenvolvem anticorpos neutralizantes que seriam capazes de protegê-las da doença. Assim, a primeira dose da vacina serviria como um reforço. Segundo eles, dar apenas uma dose para quem já foi infectado é mais segura do que adiar a segunda dose, como muitos países vêm fazendo para alcançar um número maior de imunizações.
Mais de 149 milhões de pessoas em todo o mundo foram diagnosticadas com infecção pela Covid-19 desde o início da pandemia há mais de um ano. No Brasil, os dados do consórcio de veículos de imprensa mostram que, até o momento, há 16,2 milhões de casos notificados. Para o infectologista Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a posição dos cientistas é “interessante”, mas há obstáculos para colocar essa estratégia em prática no Brasil.
"Ainda não tem efetividade comprovada, isso é uma via que ainda precisa ser explorada. Também tem a questão de saber se funciona para as variantes, só consideraram a variante britânica. Além disso, não temos vacina de RNA em larga escala e, na minha opinião, as que temos devem ser destinada a gestantes no Brasil", disse.


