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Cientistas tentam desvendar mistério do 'lago dos esqueletos' na Índia

Estudo aponta que local tem ossada de ao menos 800 pessoas

Por Da Redação
Ás

Cientistas tentam desvendar mistério do 'lago dos esqueletos' na Índia

Foto: Reprodução/ BBC

No alto da mais alta montanha da Índia está o lago Roopkund, que guarda centenas de esqueletos humanos. Ele está situado a 5.029 metros acima do nível do mar, na parte inferior de uma encosta íngreme, em Trisul, no Estado de Uttarakhand.

Conhecido como "lago dos esqueletos", restos mortais de seres humanos estão espalhados sob o gelo. Porém, os esqueletos aparecem apenas quando o gelo derrete e, com isso, alguns corpos, ainda com pele e carne, aparecem parcialmente preservados. Estima-se que haja restos mortais de pelo menos 800 pessoas.

Por mais de meio século cientistas buscaram respostas para justificar a grande quantidades de ossos humanos me um mesmo local. Questões como "Quem eram essas pessoas? Quando elas morreram? Como? De onde vieram?" ainda continuam sem um ponto final.  

Uma antiga teoria aponta que as ossadas seriam de um rei indiano, sua esposa e seus empregados que teriam morrido em uma nevasca há cerca de 870 anos. Outra teoria sugere que restos mortais seria de soldados indianos que tentaram invadir o Tibet em 1841 e fracassaram na empreitada.

Uma outra teoria presume que o local teria servido como uma espécie de "cemitério" para vítimas de epidemias. De acordo com análises feitas até o momento, as ossadas indicam que a maior parte das pessoas eram adultas com idade entre 35 e 40 anos. Não havia bebês ou crianças.

Estudo

Cientistas analisaram e dataram, com ajuda do método por radiocarbono, 38 ossadas, sendo 15 de mulheres, e verificaram que alguns remontam há 1,2 mil anos. O grupo também verificou que algumas mortes estão separados por um espaço de até mil anos e eliminaram a possibilidade das mortes terem sido causadas por algum evento catastrófico.

"Isso inviabiliza qualquer explicação que envolva um evento catastrófico que teria causado todas as mortes ao mesmo tempo", afirma Eadaoin Harney, um dos autores e estudante de doutorado na Universidade de Harvard, nos EUA.

"O que aconteceu no lago Roopkund ainda não está claro, mas hoje sabemos que a morte desses indivíduos não pode ser explicada exclusivamente por um evento."

O estudo também apontou que algumas ossadas são provenientes do sul da Ásia, o que mostra que nem todas as pessoas pertenciam a uma mesma população. "Alguns têm ancestralidade que seria mais comum a grupos no norte do subcontinente indiano, enquanto outros têm ancestralidade mais comumente encontrada em grupos provenientes do sul", diz Harney.

No local não foram encontradas armas ou bens que pertencesse ao comércio. As análises genéticas também não evidenciaram a presença de bactérias, o que poderia indicar a ocorrência de uma doença como causa das mortes.

Pesquisadores criaram então uma nova teoria: a existência de uma rota de peregrinação. Alguns relatos sinalizam que a área se tornou caminho de peregrinos no fim do século 19. Com isso, cientistas acreditam que a existência de parte dos esqueletos possa ser explicada por uma "morte em massa ocorrida durante uma peregrinação". Mas frisam: "Ainda estamos buscando a resposta", diz Harney.

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