Cinco jornalistas são mortos em ataque israelense em Gaza
Profissionais eram da emissora Al Jazeera, que condenou o 'ataque flagrante à liberdade de imprensa'

Foto: Reprodução/Al Jazeera
Cinco jornalistas da Al Jazeera foram mortos em um ataque israelense do domingo (10) nas proximidades do Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza. As informações foram confirmadas pela emissora.
Entre as vítimas está o renomado repórter Anas al-Sharif e o correspondente Mohammed Qreiqeh, e os cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa. Eles estavam em uma tenda para a imprensa no portão principal do hospital quando o local foi atingido.
O "assassinato seletivo" foi "mais um ataque flagrante e premeditado à liberdade de imprensa", afirmou a emissora em comunicado.
As Forças de Defesa de Israel (FDI, na sigla em inglês) confirmaram que tinham Anas al-Sharif como alvo. Para o órgão, o repórter "atuava como líder de uma célula terrorista do Hamas".
Também afirmaram que ele havia "lançado ataques com foguetes contra civis israelenses e tropas das FDI".
O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) disse estar estarrecido com o ataque, e que Israel não havia apresentado evidências para respaldar suas alegações contra al-Sharif.
"Este é um padrão que temos visto por parte de Israel — não apenas na guerra atual, mas nas décadas anteriores —, em que normalmente um jornalista é morto pelas forças israelenses e, depois, Israel afirma que ele era um terrorista, mas fornece muito poucas evidências para respaldar essas acusações", afirmou Jodie Ginsberg, CEO do CPJ, à BBC.
Em sua última declaração, as FDI acusaram al-Sharif de se passar por jornalista, e afirmaram ter "divulgado informações de inteligência" anteriormente que confirmavam sua afiliação militar, incluindo "listas de cursos de treinamento terrorista".