Cinema no Farol: Diretor de 'O Agente Secreto' critica primeira medida após Netflix anunciar compra do conglomerado Warner
Co-CEO da Netflix quer diminuir o período de janela exclusiva dos cinemas.

Foto: Reprodução/X
A Netflix anunciou a compra do conglomerado Warner nesta sexta-feira (5). A primeira declaração do executivo Ted Sarandos, da gigante do audiovisual, foi indicando a diminuição do período de janelas do cinema. “Minha principal objeção reside nos longos períodos de exclusividade, que não consideramos muito favoráveis ao consumidor”, comentou.
O cineasta Kleber Mendonça Filho, diretor do filme O Agente Secreto, que vai representar o Brasil no Oscar, criticou na rede social X a medida defendida por Sarantos. Ele defendeu a experiência de ir ao cinema: "Eu vou continuar garantindo em contrato uma janela de pelo menos 3 meses para meus filmes, podendo a janela ser aumentada ou diminuída em comum acordo. Se as salas de cinema começarem a fechar, meu filme será exibido exclusivamente nas que irão permanecer e nos países que defenderem frontalmente a experiência de ir ao cinema", disse.
Ele defendeu o streaming, mas rechaçou a possibilidade de acabarem as salas de cinemas: "Se todas as salas do Brasil fecharem e sobrarem o São Luiz e a Fundação, o Cine Brasília, o Glauber Rocha, a Cinemateca Capitólio em POA, o Estação e o Cine Sesc na Augusta, o filme poderá ser exibido nessas salas durante meses antes de chegar no streaming. O streaming é uma nova e espetacular forma de ver filmes, mas o streaming não pode ter o poder de acabar com a cultura da sala de cinema. São os cinemas que constroem o caráter e a história de um filme", completou.


